Chuvas no RS: cientista alerta para vulnerabilidade de mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência
Pesquisadora Patrícia Pinho, do Ipam, também comentou que tragédia climática provoca impacto psicológico na população e força migrações
A pesquisadora e cientista Patrícia Pinho, diretora-adjunta de ciências do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), fez alerta sobre grupos mais vulneráveis a tragédias climáticas como a que afeta o Rio Grande do Sul, atingido por chuvas e enchentes. Ela deu entrevista ao Brasil Agora desta terça-feira (7).
"A gente está observando infelizmente uma materialização das projeções que a gente tem tanto afirmado, sobre vulnerabilidade e exposição de pessoas, principalmente mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência, que são mais afetados por uma calamidade dessa", apontou Pinho.
A pesquisadora também detalha diferenças entre ações de adaptação a cenários e mitigação de riscos, e considera que Brasil e estados "deixam a desejar nisso". Ela também comenta outros efeitos de tragédias climáticas.
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"Danos que não são materiais também causam efeito mais prolongado, afeta psicológico das pessoas, traz insegurança de voltar para lugar com enchentes recorrentes. Violência, pessoas saqueando e aproveitando oportunidade de catástrofe, fenômeno da migração, pessoas deixando lugar de origem", enumera Pinho, que também integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU).