Chega a 107 o número de mortos pelas chuvas no Rio Grande do Sul
São 164.583 pessoas desalojadas e 67.542 em abrigos, em um total de 1.476.170 afetados em 425 cidades; 136 estão desaparecidos
No boletim divulgado às 9h desta quinta-feira (09), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul anunciou que 107 pessoas morreram por conta das chuvas que atingem o estado. Um óbito está em investigação e outras 136 pessoas estão desaparecidas.
São 164.583 pessoas desalojadas e 67.542 em abrigos, em um total de 1.476.170 afetados em 425 cidades.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul também divulgou um boletim de infraestrutura.
Energia elétrica, água e telefonia
No total, são 379.394 pessoas sem energia elétrica em todo o estado.
- CEEE Equatorial: 185.094 pontos sem energia elétrica (10,27% do total de clientes)
- RGE Sul: 194.300 pontos sem energia elétrica (6,3% do total de clientes)
Além disso, 452.588 estão sem água (16% do total de clientes)
Escolas estaduais
Dados das escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
- 954 escolas
- 236 municípios
- 28 CREs
- 331.921 estudantes impactados
- 426 escolas danificadas com 178.326 estudantes matriculados.
- 75 escolas servindo de abrigo
Rodovias
De acordo com informações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), 81 trechos em 47 rodovias estão com bloqueios totais ou parciais, entre estradas e pontes.
Rios
- Lago Guaíba - Porto Alegre – 5,04 metros
- Rio dos Sinos - São Leopoldo - 6,51 metros
- Rio Gravataí - Passo das Canoas - 6,03 metros
- Rio Taquari - Muçum – 5,23 metros
- Rio Caí - Feliz – 3,03 metros
- Rio Uruguai - Uruguaiana – 11,20 metros (nível de inundação 15,00)
- Lagoa dos Patos (Laranjal) – 2,15 metros (medidas das 17h de 08/05; nível de inundação 1,50)
Previsão do tempo
A situação climática no Rio Grande do Sul continuará complicada nos próximos dias. Isso porque, segundo o Climatempo, o forte bloqueio atmosférico que atinge a região deve se prolongar até o dia 14 de maio, deixando o tempo instável. Com isso, o estado terá novas pancadas de chuvas, intensificando as enchentes já existentes nas cidades.
Um bloqueio atmosférico é uma combinação de circulação de ventos em diferentes níveis da atmosfera. Quando os sistemas meteorológicos causadores destes ventos ficam estacionados por muitos dias, no entanto, as massas de ar quente e frio não conseguem se mover livremente e não se misturam, como deveria ocorrer.
Tecnicamente este bloqueio começou no dia 22 de abril. A previsão é que o fenômeno perca força a partir do dia 15 de maio, permitindo que as frentes frias façam o caminho natural: passem pelo Rio Grande do Sul e sobre os demais estados da região Sul e depois sigam para o Sudeste. As mais intensas, conseguem influenciar até o Centro-Oeste.
Nesta quinta-feira (9), o sul gaúcho recebe uma nova frente fria, fazendo com que os municípios amanheçam com temperaturas um pouco abaixo de 10ºC. O vento Sul deve represar o Guaíba na Lagoa dos Patos e gerar elevação mesmo que temporária do nível, já em patamar crítico. No Norte do estado, o dia ainda terá chuva.
No fim de semana, o tempo volta a se estabilizar na maioria das regiões. Isso porque uma segunda frente fria deve chegar ao sul do Brasil, gelando os três estados, mas mantendo as nuvens carregadas afastadas do Rio Grande do Sul por dois ou três dias. O ar frio também vai chegar em parte do Sudeste e baixar as temperaturas.
“No decorrer da segunda quinzena de maio, com a expectativa de enfraquecimento do bloqueio atmosférico. Outras frentes frias vão passar pelo Rio Grande do Sul, mas não ficarão paradas por lá. Assim, ainda teremos chuva até o fim do mês, intercalados com os dias de sol e frio, mas que não trarão chuva tão persistente e volumosa como se observa desde o fim de abril e na primeira semana de maio”, explicou o Climatempo.