Falta de estrutura é desafio para reduzir mortes maternas no Brasil
Estudo da Fiocruz aponta que 54% das maternidades com mortes maternas não têm equipes médicas completas; 65% das vítimas são mulheres negras

Júlia Zuin
Apenas 54% das maternidades brasileiras que foram cenário de morte materna -– circunstância em que a mãe morre devido a causas relacionadas à gestação, seja na gravidez, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê – contam com uma equipe médica completa e protocolada. Este grupo inclui um profissional obstetra, anestesista e enfermeira obstétrica. O dado faz parte de uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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O levantamento expôs, também, que quase 70% dos estabelecimentos registraram – pelo menos – uma morte materna entre 2020 e 2021. A situação é pior em maternidades menores, que carecem, também, de infraestrutura. Mesmo entre os grandes hospitais, somente 62% dispõem de equipes e estruturas adequadas.
Entre as vítimas, 65% eram mulheres negras, apesar desse grupo representar apenas 55% da população feminina no país. A estatística evidencia a desigualdade racial e social no atendimento à saúde.
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Em 2024, foram registradas 1.184 mortes maternas no Brasil. A taxa está abaixo do limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas precisa melhorar para atingir o ideal definido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No país, a taxa de mortalidade materna é de 52,3 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, abaixo do limite de 70 estabelecido pela OMS. A meta da ONU é reduzir para 20 mortes a cada 100 mil nascidos até 2030.
*Com informações da Agência Brasil