Caso Porsche: MP volta a pedir prisão de empresário que matou motorista de aplicativo
Pedido ocorre após Justiça negar pela terceira vez prisão de Fernando Sastre, acusado de homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) recorreu, nesta sexta-feira (3), da decisão da Justiça que, pela terceira vez, negou o pedido de prisão feito pela Polícia Civil contra o motorista do Porsche que causou um acidente de trânsito e matou um motorista de aplicativo na madrugada do dia 31 de março, na zona leste de São Paulo.
De acordo com promotoria, que pediu uma liminar contra a decisão em primeira instância, o caso preenche os requisitos para que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, tenha prisão preventiva decretada.
"Existe por parte do acusado ato de influência no depoimento de testemunha, constatado após a disponibilização das gravações das imagens policiais"
A citação faz referência ao depoimento dado pela namorada do motorista, que deu informações idênticas àquelas apresentadas pela mãe do acusado, segundo o MP.
Acusado pelos crimes de homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, Fernando trocou de advogado, na quinta-feira (2), e agora será representado por Elizeu Neto e Jonas Marzagão. O advogado João Victor Maciel Gonçalves segue na defesa do motorista.
Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum deixaram a defesa de Fernando após a conclusão do inquérito.
Relembre o caso
Fernando Sastre, que dirigia um Porsche, bateu no Sandero dirigido pelo motorista de aplicativo, Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, na madrugada do dia 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.
Ornaldo não sobreviveu após o acidente. O passageiro do carro de luxo, Marcus Vinícius Machado Rocha, teve ferimentos gravíssimos, ficando na UTI por 10 dias.
De acordo com o MPSP, Fernando Sastre ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir o Porsche. A namorada dele e um casal de amigos tentaram impedi-lo de dirigir, mas o condutor ainda assim optou por assumir o risco. Na avenida, ainda segundo o MPSP, Fernando trafegou a mais de 150 km/h.
O MPSP também aponta que Fernando se apresentou à autoridade policial 36 horas depois da colisão, tendo deixado o local do acidente sem fazer o teste do bafômetro, com autorização dos policiais militares que atenderam à ocorrência. A conduta dos agentes também está sendo investigada.