Caso Joca: Gol prorroga suspensão do transporte de animais no porão das aeronaves
Venda do serviço seria retomada nesta sexta-feira (24); especialista ressalta que esse tipo de transporte deve ser "exceção da exceção"
A Gol decidiu manter a suspensão, por tempo indeterminado, das vendas do transporte de animais no porão das aeronaves. A comercialização do serviço deveria retornar nesta sexta-feira (24), um mês depois da morte de Joca, o Golden Retriever que morreu após ser enviado para destino errado pela companhia aérea e que viajava nessas condições. Esse tipo de transporte não é recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
“A gente entende que o ambiente adequado é a cabine. Transportar no bagageiro deveria ser exceção da exceção, em condições justificadas, com todo o acompanhamento de um médico-veterinário. O tutor deve ter o máximo possível de acesso ao animal, porque a maioria dos problemas relacionados ao animal dentro ou fora da cabine são resolvidos com o olhar do responsável. É o estar junto”, explicou o gerente técnico do CFMV, Fernando Zacchi.
No caso da Gol, não havia acompanhamento veterinário durante o voo e antes do embarque do animal. De acordo com a empresa, não haverá alteração para clientes que forem levar seus pets na cabine das aeronaves. Caso o cliente tenha feito a contratação dos serviços que estão suspensos, a empresa oferece restituição total do valor do serviço e também do valor pago pela passagem aérea.
Relembre o caso
O tutor João Fantazzini estava se mudando para o Mato Grosso e embarcou para Sinop, no interior do estado, com o intuito de chegar à cidade no mesmo horário que Joca, que tinha quatro anos. Ao desembarcar, no entanto, foi informado de que o animal, que estava em uma caixa de transporte, havia sido levado para Fortaleza.
A viagem, que deveria levar até duas horas e meia, demorou quase oito horas. Durante a espera, Joca ficou cerca de 1h30 na pista de embarque e desembarque, com temperatura de 36°C. A família conta que o cachorro ficou sem comida durante o período.
A companhia ofereceu voo de ida e volta de Mato Grosso a São Paulo gratuito, além de hospedagem para João. Ao chegar a São Paulo, um funcionário da companhia recebeu o tutor, dizendo que Joca não “se sentiu bem” durante voo e que um veterinário havia sido acionado pela companhia. Quando desembarcou, o cachorro já estava sem vida. Ele morreu de parada cardiorrespiratória, mas as causas ainda não foram esclarecidas e as investigações continuam.