Câmeras camufladas flagram animais selvagens no Pará; veja imagens
Monitoramento já registrou 825 espécies e ajuda na conservação dos animais
Yumi Kuwano
Câmeras de monitoramento instaladas próximas a Usina Hidrelétrica Belo Monte mostram os três maiores felinos das Américas (onça parda, onça pintada e jaguatirica) no Médio Xingu, na região amazônica, no Pará, além da vida de outros animais selvagens.
Desde 2012, a concessionária Norte Energia, em parceria com moradores locais e especialistas de instituições de ensino e pesquisa, registrou 825 espécies, em 24 campanhas de campo para monitorar anfíbios, répteis, aves e mamíferos de médio e grande porte em 515 mil hectares.
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A última campanha aconteceu em abril e maio desse ano. Além dos felinos, entre os animais mapeados aparecem o cachorro vinagre, o queixada, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o jupará, o quatipuru e o macaco-aranha — este último é considerado um flagrante raro de se conseguir.
As imagens capturadas auxiliam nos trabalhos de conservação das espécies, pois o registro da presença destes animais representam um bioindicador importante da saúde dos ecossistemas.
Sem interferência
Para observar a fauna sem interferir em seus hábitos, os equipamentos, chamados de câmeras trap, são camuflados e acionados pelos movimentos dos animais. Cada ponto onde a câmera é instalada é mapeado e todo o processo envolve 72 profissionais, entre biólogos e pilotos fluviais, além de moradores de comunidades locais.
De acordo com a Norte Energia, são utilizados ainda acessórios como lanternas, binóculos, gravadores de ultrassons, gravadores digitais com microfones unidirecionais para captar o som de aves, balanças, paquímetros e fitas métricas, além de estudos genéticos com DNA ambiental, para detectar as espécies no meio ambiente, sem a necessidade de captura.