"Um dos momentos mais críticos da história da região", diz Lula em encontro com presidente do Panamá
Presidente defendeu a independência e soberania do Canal do Panamá, durante encontro com o presidente José Raúl Mulino

Gabriela Vieira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a independência e soberania do Canal do Panamá em encontro com o presidente José Raúl Mulino, em meio ao tarifaço do presidente Donald Trump aos produtos brasileiros.
“O Brasil apoia integralmente a soberania do Panamá pelo canal, conquistada após décadas […] Há mais de 25 anos, o país administra o corredor marítimo com eficiência e respeito à neutralidade, garantindo trânsito seguro a navios de todas as origens”, disse Lula.
O canal do Panamá esteve na mira do presidente dos Estados Unidos. O país norte-americano fechou um acordo recentemente com o Panamá para usar a hidrovia artificial de forma gratuita.
Sem citar o presidente norte-americano Donald Trump, Lula também disse que "o comércio internacional é utilizado como instrumento de coerção e chantagem". E, ainda, disse que reafirma vínculos com a América Latina, em meio a "um dos momentos mais críticos na região".
"A tentativa de restaurar antigas hegemonias coloca em choque a liberdade e autodeterminação dos povos. As ameaças de ingerência pressionam instituições democráticas e comprometem construção de um continente integrado e autônomo", acrescenta.
Por isso, Lula diz que o governou decidiu somar ao tratado relativo à neutralidade permanente e ao funcionamento do Canal do Panamá, já subscrito por mais de 140 países.
Resposta ao tarifaço
Nas últimas semanas, o presidente Lula tem trabalhado com outros países em meio a contenção de danos ao tarifaço de Donald Trump ao Brasil. Por isso, o governo tenta buscar aumentar o multilateralismo e as relações comerciais.
O líder panamenho é o terceiro presidente recebido por Lula neste mês. Os últimos, antes de José Raúl Mulino, foram Daniel Noboa (Equador) e Bola Tinubu (Nigéria).
+Não vejo espaço para terceira via nas eleições de 2026, diz Lula