Calor aumenta preocupação com casos de leishmaniose em SP
No interior do estado, sete pessoas morreram em decorrência da doença em 2023
Vinícius Moura
Joca Maluly
As altas temperaturas registradas nos últimos meses em São Paulo têm aumentado a preocupação com casos de leishmaniose. Segundo um levantamento do centro de vigilância epidemiológica do estado, sete pessoas morreram em decorrência da doença em 2023.
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A estudante Livia Castilho, moradora de Araçatuba, recebeu em casa a visita de agentes da equipe de controle de vetores e zoonoses para uma vistoria no local. Os profissionais passam as orientações e depois fazem um teste nos pets.
"A gente pretende fazer todos os anos. É importante pra saúde deles e pra nossa também", disse Livia.
A leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito-palha, que ataca pessoas e animais, principalmente, os cães.
"Infecta a pessoa e, com isso, o parasita invade a medula óssea e as vísceras, produzindo anemia, queda de imunidade e sangramentos. Se não for tratado com o tempo, pode levar à morte", explica o infectologista Stelios Fikaris.
Em caso de picada pelo mosquito, o exame para identificar a doença é simples e o tratamento é rápido.
"O tratamento é à base de medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde. É gratuito. Em torno de uma semana, já se tem uma melhora importante, necessitando depois de acompanhamento médico para ver se foi eficiente", completou Fikaris.
Mas o melhor é prevenir. No caso dos cães, existe uma vacina, que pode ajudar na proteção, além de coleiras e repelentes.
Entre os casos de morte em São Paulo, 3 foram em Araçatuba, 2 em São José do Rio Preto, 1 em Bauru e 1 em Presidente Venceslau. Nessas regiões, o calor é intenso e colabora para a proliferação do inseto transmissor, que também gosta de sujeira, principalmente lixo orgânico.
A médica veterinária Talita Bragança diz que é sempre importante manter limpos os quintais, terrenos e praças.
"Qualquer lugar que possa ter acúmulo de matéria orgânica, fezes, frutos, folhas em decomposição pode ser propício para ter um criadouro para o mosquito-palha. Ele é muito pequeno, então a gente não consegue ver a larva dele a olho nu", afirmou Talita.