Brasileiro é condenado a 16 anos de prisão por elo com Hezbollah e plano de ato terrorista
Justiça em BH apontou que Lucas Lima, preso desde 2023, foi recrutado e teve treinamento no Líbano para ataques no Brasil; defesa negou
Ricardo Brandt
O brasileiro Lucas Passos Lima foi condenado, nesta quinta-feira (5), a 16 anos e 6 meses de prisão por integrar o grupo terrorista Hezbollah e por atos preparatórios terroristas no Brasil. A decisão da Justiça Federal em Belo Horizonte apontou que o réu foi recrutado por terroristas e treinado no Líbano, em 2023.
+ PF busca homem envolvido em financiamento de grupo ligado ao Hezbollah no Brasil
O condenado está preso desde novembro de 2023, após desembarcar no Brasil de viagem de seis meses ao Líbano. Ele foi alvo da Operação Trapiche, da Polícia Federal (PF), que em agosto deflagrou nova fase.
A sentença da juíza da 2ª Vara Criminal Federal em Belo Horizonte Raquel Vasconcelos Alves de Lima apontou que o brasileiro integrou o grupo por dinheiro. Os extremistas do Hezbollah teriam recrutado o réu e outros brasileiros para atos terroristas no Brasil.
"O réu Lucas, conquanto tenha ficado claro das provas dos autos que se integrou ao grupo terrorista e praticou os atos preparatórios por motivações primordialmente financeiras, mesmo se declarando evangélico praticante, voltou do Líbano com discurso de cunho antissemita, o que torna ainda mais evidente o processo de treinamento pelo qual passou", trecho de sentença da 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte.
A PF e o Ministério Público Federal (MPF) reuniram provas de que após voltar de sua primeira viagem ao Líbano, o réu teria iniciado "a prática de atos preparatórios de terrorismo".
Acusado de terrorismo, Mohamad Khir Abdulmajid seria o responsável no Brasil por recrutar novos membros, segundo a PF. Ele seria ligado ao Hezbollah e fugiu do país. Na capital mineira, ele teria uma tabacaria, que foi alvo da Operação Trapiche, em 2023.
O negócio e contas bancárias em nome de refugiados eram usados para movimentar dinheiro do crime. Passagens aéreas e outras despesas dos recrutados eram pagas no esquema.
"Integra e tem exercido um papel crucial na promoção e financiamento de uma organização terrorista vinculada ao grupo libanês Hezbollah", aponta o processo. A denúncia do MPF, diz que Mohamad Abdulmajid é da Síria e tem passaporte brasileiro desde 2016.
+ Senado aprova PL que equipara milícias e facções a terroristas
As investigações da PF começaram após informe do FBI sobre possíveis ataques terroristas no Brasil em planejamento.
Os possíveis alvos de Lucas Lima seriam sinagogas, cemitérios e a embaixada israelense no Brasil. Imagens que ele registrou de locais e líderes religiosos judaicos, no Distrito Federal e em Goiás, foram usadas como provas.
A defesa do condenado negou no processo que ele tenha cometido crimes e pediu a anulação do caso e sua absolvição. A reportagem não conseguiu falar com os advogados, o espaço está aberto.
+ Me Too diz ter recebido denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida
+ Maidê Mahl é encontrada em hotel de São Paulo; mãe relata última conversa com atriz na segunda