Brasil urbano: áreas rurais perderam 4,3 milhões de habitantes em 12 anos
Censo 2022 revela que apenas 12,6% dos brasileiros vivem no campo e 87,4% nas cidades; êxodo rural é observado em todas as regiões, em ritmo acelerado
O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que a população rural está diminuindo, enquanto as áreas urbanas estão crescendo e absorvendo a maior parte da população brasileira.
Nos últimos 12 anos, houve uma redução de 4,3 milhões no número de pessoas vivendo em áreas rurais, enquanto as áreas urbanas registraram um acréscimo de 16,6 milhões de habitantes.
A pesquisa mostra que a população do campo foi reduzida em todas as regiões do Brasil, pela primeira vez. Na região Norte - que havia registrado crescimento de 8,07% entre 2000 e 2010 - houve uma queda de 11,02% entre 2010 e 2022.
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A região Centro-Oeste - que apresentou crescimento de 2,03% da população rural entre 2000 e 2010 - registrou uma perda de 10,59% no período entre 2010 e 2022.
Do total de 203,1 milhões de brasileiros, 177,5 milhões (87,4%) residem em áreas urbanas, enquanto 25,6 milhões (12,6%) vivem em áreas rurais. Entre 2010 e 2022, a população em áreas urbanas cresceu a um ritmo de 0,82% ao ano, enquanto nas áreas rurais houve uma aceleração da perda populacional, chegando a -1,27% ao ano.
Os maiores percentuais de população urbana foram observados nas regiões Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidas das regiões Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%).
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Os dados do Censo 2022 refletem uma tendência contínua de urbanização no país, com impactos significativos na distribuição demográfica e na necessidade de políticas públicas adequadas para atender às demandas dessa população em crescimento nas cidades.
Nova metodologia
O IBGE destaca que a divulgação dos dados sobre quem vive no campo e quem vive na cidade foi possível graças a uma nova metodologia que utiliza imagens orbitais atualizadas para identificar as extensões das áreas urbanas e rurais.
A abordagem permite uma classificação mais precisa de cada setor censitário quanto à sua situação territorial, oferecendo uma visão mais acurada da distribuição populacional entre áreas urbanas e rurais no Brasil.