Brasil teve mais de 1,1 mil greves em 2023, diz Dieese
Reajuste salarial e pagamento do piso foram principais reivindicações; setor público liderou movimentos
Camila Stucaluc
O Brasil registrou 1.132 greves em 2023, o que resultou em 42 mil horas de paralisação. É o que aponta um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisou notícias veiculadas em jornais impressos e eletrônicos da grande mídia e da imprensa sindical.
Segundo os dados, os trabalhadores do setor público promoveram mais da metade (51%) das mobilizações, o que correspondeu a 65% das horas paradas. No geral, os 48% dos movimentos abrangeram categorias profissionais inteiras, enquanto 52% foram deflagrados isoladamente por empresas (privadas ou estatais) ou unidades públicas.
Questões salariais como reajuste (40%) e pagamento do piso (27%) foram as reivindicações mais frequentes entre as paralisações de 2023, seguida da exigência do pagamento de salários em atraso (22%). Itens relacionados à melhoria das condições de trabalho, por sua vez, estiveram presentes em 21% das greves.
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Ao todo, em 372 registros (33% do total), o Dieese encontrou informações sobre os meios adotados para a resolução dos conflitos. Na maior parte dos casos (82%) foram abertas negociações – diretamente ou com mediação. Em 38% desses registros houve algum tipo de envolvimento do poder Judiciário.