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Brasil já perdeu 40% dos 82,6 milhões de hectares da caatinga

Avanço da ocupação no território já causa desertificação em 10% do bioma

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Caatinga | Gabriel Carvalho/Setur-BA
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O Brasil já perdeu 34 milhões de hectares (41%) do total de 82,6 milhões de hectares da caatinga. O alerta foi feito pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, durante a participação em um seminário técnico-científico sobre o bioma.

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O presidente do Ibama disse que é preciso ter políticas públicas específicas para o bioma, que tem características peculiares, como o alto grau de espécies exclusivas que já passaram por transformações pela atividade humana.

No encontro, que teve a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ele também apresentou os desafios para que a meta de desmatamento zero se estenda à vegetação nativa predominante no Nordeste brasileiro.

“A caatinga tem 60% de área de vegetação nativa ocupada, das quais uma boa parte já passou por processos de antropização seguidos, como corte raso, queimas reiteradas, extração seletiva de vegetação e animais e introdução de espécies exóticas”, afirma.

Em decorrência dessa ocupação, já são sentidos efeitos como a desertificação de mais de 10% do bioma, o que, na visão de Agostinho, deve ser enfrentado com a criação de unidades de conservação, a recuperação da vegetação nativa e a criação de dados de conservação para proteção integral e o uso sustentável.

A melhoria dos licenciamentos ambientais e a demarcação dos territórios das populações tradicionais foram outras necessidades citadas pelo presidente do Ibama. “Temos muita população tradicional que normalmente não é reconhecida, como o sertanejo, e isso é um desafio, porque, de repente, chega um empreendimento e essas pessoas são expulsas de suas áreas rapidamente”, ressaltou.

Com informações da Agência Brasil.

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