Publicidade
Brasil

Borboleta amassada com água e injetada no corpo mata adolescente na Bahia; entenda riscos

Davi Nunes Moreira, de 14 anos, afirmou ter aplicado a substância na própria perna, como parte de um desafio que encontrou na internet

Imagem da noticia Borboleta amassada com água e injetada no corpo mata adolescente na Bahia; entenda riscos
Quais são os riscos das borboletas injetadas com água em humanos? | Arquivo pessoal/pexels
• Atualizado em
Publicidade

Na quarta-feira (12), Davi Nunes Moreira, de 14 anos, morreu após ser internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), no sudoeste da Bahia. O motivo: ele injetou uma substância na própria perna, como parte de um desafio que encontrou na internet.

Antes de falecer, o jovem contou à equipe médica que havia comprado uma seringa em uma farmácia, preparado a substância com uma borboleta amassada em água e aplicado o líquido na perna. Ele ficou sete dias internado no hospital local antes de ser transferido para o HGVC, onde morreu.

+ Médica que teve dedo mordido por bandidos enquanto corria em São Paulo está na UTI

Após a morte do filho, o pai encontrou a seringa citada por Davi embaixo do travesseiro do garoto, enquanto arrumava a casa. O velório e o enterro do adolescente ocorreram na sexta-feira (14). A Polícia Civil aguarda o laudo pericial para determinar a causa da morte.

Quais são os riscos das borboletas?

Algumas espécies de borboletas têm substâncias que podem ser venenosas para humanos. Uma delas pode causar danos ao coração: glicosídeo cardíaco. Essas substâncias são obtidas através das plantas que elas comem, segundo artigo publicado pela Universidade de Wisconsin, nos EUA.

Um dos feitos do glicosídeo é o aumento da força da contração cardíaca, que pode ser fatal a depender da dose.

"Eles são venenosos para a maioria dos vertebrados (animais com espinha dorsal), mas podem não ser venenosos para invertebrados (animais sem espinha dorsal)", ressalta o artigo.

No caso de Davi, as causas de sua morte estão sendo investigadas pela 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista.

+ Filho de Cristian Cravinhos pede anulação da paternidade por 'vergonha'

Cuidados com adolescentes e crianças na internet

A advogada Alessandra Borelli ressalta que é preciso que os pais ou responsáveis acompanhem de perto o que seus filhos estão consumindo na internet. Além disso, é preciso que as crianças sejam orientadas sobre a utilização segura do ambiente digital, com alertas sobre os perigos e a definição de limites a serem observados. O mais importante é encorajar a criança ou o adolescente a compartilhar com os responsáveis suas experiências pessoais.

"É imprescindível estabelecer um canal de confiança com a criança ou adolescente, deixando-a segura e confortável para compartilhar situações desconfortáveis.", ressalta Borelli

O uso de tecnologia na faixa etária abaixo dos 18 anos "invade" o período da infância e adolescência e devia ser regulado pelo Estado, com uma legislação que proponha limites do que poderia ou não ser consumido. É o que defende Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

"Hoje, qualquer um que tenha acesso a tela, a uma possibilidade de teclar, pode ter acesso a qualquer meio de autoagressão – até sobre suicídio", pontua

+ Maioria das crianças e adolescentes acessa redes sociais sem monitoramento dos pais

Ela ressalta que alguns conteúdos virtuais, apresentados como "desafios" e "brincadeiras perigosas", podem incentivar as crianças a se machucarem e, em alguns casos, podem levar à morte. Isso pode acontecer também na escola, onde a criança, na expectativa de pertencer a algum grupo, acaba se submetendo a desafios que podem ser nocivos para sua saúde mental e física.

Publicidade

Assuntos relacionados

Brasil
Saúde
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade