No extremo norte do estado, a pequena Barra do Rio Azul (RS) pode mudar de endereço. Após ser atingida na última semana pela segunda enchente em menos de seis meses, com estragos e prejuízos, autoridades e moradores passaram a discutir o plano, que tem até a área da nova cidade para abrigar os munícipes.

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Bem distante de Porto Alegre, onde está o maior foco de estragos e riscos com a histórica enchente que castiga o Rio Grande do Sul, desde sexta-feira (3), Barra do Rio Azul teve 250 desalojados e um mar de lama espalhado pela cidade. Eles estão sendo abrigados em casas de familiares, no ginásio e no salão da paróquia e foram atendidos pelos próprios moradores e por forças de segurança locais.

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O problema parece pequeno comparado ao tamanho da tragédia vivida no estado. A maior enchente das últimas oito décadas atingiu 345 cidades gaúchas - 70% das 497 do estado. São 85 mortos confirmados até agora e 111 desaparecidos, num total de 1 milhão de afetados pelos estragos das tempestades e cheias dos rios.

Geografia

Na divisa com Santa Catarina, Barra do Rio Azul é afetada por estar no ponto de junção dos rios Paloma e Azul, que desaguam no rio Uruguai.

Em novembro de 2023, outra inundação retirou 179 moradores de suas residências e arrastou uma casa rio abaixo e uma viatura da Brigada Militar. Sem registro de morte nos dois episódios.

Na nova enchente há ainda riscos de deslizamentos de terra e de derrubada de casas, com as águas.

Com 1,7 mil habitantes, o prefeito Marcelo Arruda (PTB), autoridades e moradores contabilizavam estragos e trabalhavam nos resgates no final de semana, quando o assunto da mudança municipal voltou à discussão.

Nas redes sociais, o prefeito tem registrado a nova enchente, os trabalhos de resgate e a preocupação. Segundo ele, o cenário atual é ainda pior do que o vivido seis meses antes. Moradores foram resgatados, em meio à forte correnteza do rio, que está com volume excessivo de água. Há ainda a possibilidade de desabamento de imóveis.

Longe dos rios

O prefeito de Barra do Rio Azul foi um dos que falaram na reunião com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e autoridades.

Por videoconferência, ele apresentou o problema local e de outras cidades gaúchas e falou sobre "linhas de financiamento com juros zero e carência para possibilitar a realocação das cidades que enfrentam inundações recorrentes".

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Em um dos vídeos divulgados pelo prefeito, ele falou sobre a reunião. "Reiterei nossa dura experiência deste segundo episódio, o qual tivemos apoio do governo, mas neste momento ele terá que ser mais ágil, pois os prefeitos precisam ter uma ação rápida para ajudar seus munícipes."

No caso da pequena Barra do Rio Azul, uma área do distrito industrial é indicada como possível novo centro da cidade, que viraria uma área residencial segura. Arruda afirma que a área é elevada e segura e pode ter infraestrutura adequada.

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