Após novas chuvas, nível do Rio Guaíba volta a subir para 4,65m neste domingo
Estudo da UFRGS alerta para possibilidade da cheia atingir 5,5m, recorde de inundação em Porto Alegre
Com as novas chuvas que atingem Porto Alegre neste domingo (12), o nível do Rio Guaíba voltou a subir, e registrou 4,65m na régua do Cais Mauá, na medição feita às 13h15.
A inundação atingiu quase 4 mil km² na Bacia do Guaíba, o equivalente a sete vezes a área de Porto Alegre. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRGS) alertam que, com o retorno da chuva, os níveis dos rios podem voltar aos patamares vistos no último domingo (5).
Segundo a previsão dos especialistas, o valor do nível máximo, que deverá ser atingido entre segunda (13) e terça-feira (14), dependerá da ocorrência de chuvas adicionais previstas e vento sul forte, podendo alcançar em torno de 5,5 m: recorde histórico de inundação na capital gaúcha.
O pico da cheia do Guaíba foi registrado no dia 5 de maio, com 5 metros e 33 centímetros. A enchente do lago cobriu 3,8 mil metros quadrados na região metropolitana. A extensão da área afetada ajuda a entender porque a tragédia superou a enchente de 1941, como explica um dos especialistas responsáveis pelo estudo.
“Em 1941 demorou dez dias para chegar no nível máximo. Nós chegamos em dois dias no nível máximo dessa vez (...) e ao mesmo tempo em 1941 demorou 32 (dias) para chegar de novo num patamar razoável que é o nível do Cais Mauá. A gente tá considerando que é preocupante no sentido que, se vir mais água, essa situação vai se prolongar por mais tempo”, avalia o hidrólogo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs Iporã Possantti.
O estudo também revelou o caminho da cheia, que passou pela região central, Vale do Rio Pardo, serra, Vale do Caí, Vale dos Sinos, região metropolitana e, por fim, região sul.
Enquanto a região metropolitana de Porto Alegre ainda enfrenta situação de cheia, áreas mais altas do estado se deparam com a devastação após a enxurrada. Em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, as casas deram lugar a destroços e lama. Em Lajeado, a inclinação das árvores dá a dimensão da força das águas.
Segundo os estudiosos da UFRGS, a principal preocupação do momento é a nova elevação de níveis em função de novas chuvas e efeito do vento.