Apagão em São Paulo: Defesa Civil de São Paulo vai acompanhar trabalho da Enel
Decisão do governador Tarcísio de Freitas veio acompanhada de anúncio de criação de gabinete de crise
O governo de São Paulo criou um gabinete de crise para tentar garantir uma resposta rápida à população em caso de um novo apagão e para lidar com problemas técnicos e estruturais da Enel, concessionária de energia do estado. A partir desta sexta-feira (18), agentes da Defesa Civil irão trabalhar em conjunto com a empresa para oferecer apoio e manter comunicação direta com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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A decisão foi tomada em reunião do governador com representantes da Enel, nesta quinta, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Uma das principais medidas práticas anunciadas consiste em melhorar a comunicação entre o governa estadual e as concessionárias de energia que atuam no estado.
As empresas, como a Enel, terão um representante no gabinete de crise estadual e integrantes do governo estarão presentes no Centro Operacional da Enel nos próximos três dias.
Os anúncios foram feitos após críticas ao trabalho da Enel e do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), frente à forte chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo no dia 11, causando quedas de árvores, mortes e um apagão que afetou mais de 2 milhões de pessoas — seis dias após temporal, 36 mil imóveis seguem sem energia.
Nunes é aliado político de Tarcísio e tenta se reeleger, em disputa no segundo turno contra Guilherme Boulos, do PSOL. O prefeito participou da reunião de hoje com Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Para estar presente no encontro, Nunes cancelou de última hora presença no debate da RedeTV!. Boulos acusou o prefeito de ser fugir do debate.
Previsão de temporal
O governo do Estado alertou que novos eventos climáticos podem ocorrer nos próximos dias. Segundo a Defesa Civil, entre sexta-feira (18) e domingo (20), o estado deve enfrentar chuvas fortes e ventos de mais de 60 km/h. Um cenário meteorológico detalhado foi apresentado durante a reunião, destacando a possibilidade de novos episódios extremos.
"Precisamos estar prontos para uma resposta imediata. É inadmissível que as pessoas fiquem dias sem energia. Vamos exigir todas as providências da concessionária", afirmou o governador.
Estavam presentes na reunião o presidente da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, o diretor-presidente da Arsesp, Thiago Nunes, e o presidente da Enel, Guilherme Lencastre.
Enel não cumpre plano de contenção, diz Aneel
No domingo (17), um dia após a tempestade que atingiu a Grande São Paulo, aconteceu uma reunião extraordinária e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) afirmou que a Enel não cumpre o plano de controle para enfrentar eventos climáticos extremos e não destinou equipes o suficiente realizar os reparos. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, destacou que a recuperação do serviço não atendeu às expectativas em comparação ao ano anterior, quando outro apagão semelhante atingiu o estado.
A fornecedora de energia não alcançou o número de 2.500 agentes previsto em seu plano de contingência, com apenas 1.700 em atuando até este domingo, mas disse que vai aumentar o número de funcionários na segunda-feira (14).
Segundo Feitosa, não estão descartadas sanções e penalidades, nem uma eventual recomendação para quebra de contrato. A diretoria da agência solicitou à área de fiscalização que emitisse uma intimação à empresa.