Anaconda: pesquisadores encontram nova espécie de sucuri-verde gigante
Encontrada na Amazônia em expedição de série que Will Smith está participando, cobra pode chegar a 8 metros de comprimento e mais de 200 kg
Um grupo de pesquisadores descobriu uma nova espécie de sucuri-verde, também conhecida como anaconda. A cobra aquática gigante, que pode chegar a 8 metros de comprimento e mais de 200 kg, foi encontrada durante uma expedição na Amazônia e descrita na revista científica Diversity.
A missão, inclusive, faz parte de uma série que o ator Will Smith está gravando para o National Geographic.
Até a descoberta, os cientistas acreditavam que havia uma só espécie de sucuri, comumente encontrada na América do Sul. Mas a Eunectes murinus agora ganhou uma nova parente: a Eunectes akayima, que vive ao norte, nas áreas de floresta tropical de países como Venezuela, Suriname e Guiana Francesa. A nova espécie foi registrada em um vídeo do cientista e apresentador holandês Freek Vonk, da Universidade de Amsterdam. Ele nada ao lado da sucuri-verde e diz que o tamanho da cabeça da cobra é comparável com o da sua. E explica o nome escolhido para a nova espécie: "'Akayima' vem de diversas línguas indígenas do norte da América do Sul e significa 'grande cobra'”, diz.
Freek Vonk diz que já havia descoberto uma nova espécie antes, na Austrália, mas era uma cobra pequena. "Agora é um animal mítico e lendário", conta. "Embora pareçam quase idênticas à primeira vista, a diferença genética entre as duas é de 5,5%, e isso é ENORME. Só como comparação, humanos e chimpanzés são geneticamente diferentes entre si em só cerca de 2%", escreveu Freek Vonk em sua conta no Instagram. Além de descrever a nova sucuri-verde, a descoberta pode levar à revisão da classificação das sucuris amarelas em uma só espécie, chamada Eunectes notaeus.
A sucuri e a preservação da Amazônia
Além de seu significado acadêmico, o estudo diz ter "implicações vitais para a conservação desse icônica espécie de réptil, ressaltando nossa falta de conhecimento sobre a diversidade da fauna da América do Sul e a necessidade de revisar estratrégias para preservar as espécies descobertas e recém-classificadas". "Por mais emocionante que seja a descoberta desta cobra, a região Amazônica está sob forte pressão das alterações climáticas e do contínuo desmatamento. Mais de um quinto da Amazônia já desapareceu, o que é mais de 30 vezes a área da Holanda. A sobrevivência dessas icônicas cobras gigantes está intimamente ligada à proteção do seu habitat natural. Esta pesquisa enfatiza o quão cuidadosos devemos ser com a nossa maior floresta tropical do mundo", afirmou o cientista holandês.