Americanos que vivem no Brasil votam nas eleições dos EUA
Eleitores conseguem escolher presidente, governador e até votar em referendos, basta fazer registro com antecedência
Quase três milhões de americanos que moram fora dos Estados Unidos (EUA) estão aptos a votar em diferentes países do mundo.
Richard Morhaime, psicoterapeuta que vive há mais de 20 anos entre o Brasil e os EUA, antecipou sua participação e votou em setembro, algo permitido no pleito norte-americano. Ele guardou as cópias das folhas da cédula de votação. "Eu só não quis correr nenhum risco. Eu queria mandar para poder confirmar que chegou lá. Quero fazer o que puder para ajudar a Kamala a ganhar", afirmou.
Richard também votou para governador e em um referendo sobre o orçamento da Califórnia. Ele conta que todo o processo ocorreu eletronicamente e que já recebeu a confirmação de que seu voto foi computado.
Somente aqui no Brasil, na última eleição, mais de 16 mil eleitores votaram. Para garantir a transmissão segura do voto. Os eleitores americanos fora do país precisam enviar os formulários e cédulas com antecedência, utilizando e-mail, fax ou correios.
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Diferentemente do Brasil, as regras eleitorais nos EUA variam de acordo com cada estado americano, e a vitória de um candidato depende da conquista de 270 dos 538 delegados, que são distribuídos conforme a população de cada estado. Sete deles são considerados chave, como Geórgia e Pensilvânia.
"Se um candidato vence em um desses estados, leva todos os delegados, independente da proporcionalidade dos votos", explica o professor de Relações Internacionais da FAAP, Lucas Leite.
Na Pensilvânia, por exemplo, a disputa está acirrada, com uma margem de diferença quase irrelevante nas pesquisas. Maya Kann, psicóloga e eleitora registrada na Pensilvânia, mas que mora no Brasil há quase 40 anos, recebeu diversas ligações da campanha democrata incentivando o voto.
"Acho que recebi umas seis ligações confirmando onde estou registrada. Acredito que é nosso dever cívico, algo da nossa educação como americanos", comentou Maya.
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As eleições americanas também movimentam plataformas de apostas. Rosie Siqueira, gerente de relações públicas de um site que funciona em mais de 20 países, conta que o Brasil já é a oitava nação que mais aposta no resultado das eleições norte-americanas. Foram R$ 3,8 milhões em apostas aqui no país pelo site, que acumula um volume global de R$ 900 milhões.