Advogado denunciado por racismo contra juíza foi acusado de violência doméstica e injúria no Rio
José Francisco Abud xingou idoso, tentou invadir casa da vítima e jogou lixo na casa da vítima; processos foram arquivados

Derick Toda
O advogado José Francisco Abud, acusado de racismo após descrever a juíza Helenice Rangel como "afrodescendente com resquícios de senzala" e "memória celular dos açoites" em uma petição, tem uma longa ficha criminal.
O documento de cunho racista foi enviado para a magistrada, que é da 3ª Vara Cível de Campos Goytacazes, norte do Rio de Janeiro.
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O SBT News teve acesso a um processo contra o advogado. José Abud foi denunciado ao menos duas vezes por injúria e chegou a ter um medida protetiva contra ele por violência doméstica.
Jogou lixo na casa de vizinho idoso
De acordo com o documento, em 5 de fevereiro do ano passado, um idoso, de 67 anos, voltava para a casa em Goytacazes, quando foi surpreendido por José Abud.
"Na calçada encostado ao muro, ele começou a xingá-lo de filho da p***, corno, advogado ladrão de sindicato e de merda, e tudo fazendo aos gritos", diz a defesa do idoso.
A vítima, que não será identificada na reportagem, também é formada em Direito, mas nunca advogou para sindicatos. Em seguida, o idoso afirmou que iria chamar a polícia e, ao pegar o celular no bolso, Abud partiu para cima do homem.
"O representado (José Abud) tentou invadir a casa dizendo que iria agredi-lo, tendo sido impedido pelo portão da frente da casa que estava fechado com corrente e cadeado", aponta o documento.
Depois das ofensas, o José Abud se deslocou para a casa, vizinha da residência da vítima. Minutos depois ele voltou com sacolas de lixo e atirou os restos por cima do muro do idoso, xingando-o de "lixo" e de "ladrão".
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Os documentos foram enviados para a 134º Delegacia de Polícia, no centro da cidade, onde a defesa da vítima pediu uma medida protetiva. O caso foi registrado como injúria e injúria real.
Abud assinou um termo circunstanciado quinze dias depois das ofensas e foi liberado.
Os documentos foram enviados ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), mas a vítima não ajuizou queixa no prazo de seis meses e o caso foi arquivado.
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José Abud foi processado por violência doméstica em 2014. A vítima pediu medida protetiva, que o afastou do lar. O caso também foi arquivado em abril do mesmo ano.
O SBT News tenta localizar a defesa de Abud. O espaço segue aberto para manifestação.