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Adolescente de 13 anos morre após ser baleada no DF; suspeito segue preso

Menina foi encontrada com marcas de violência na casa do jovem, no Sol Nascente; ele tentou simular tentativa de latrocínio

Imagem da noticia Adolescente de 13 anos morre após ser baleada no DF; suspeito segue preso
Família negou versão do suspeito, que afirmou que tinha um relacionamento com a vítima | Reprodução/Redes sociais
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Uma adolescente de 13 anos morreu após ser baleada na cabeça na madrugada desta terça-feira (4), no Sol Nascente, região administrativa a cerca de 30 km de Brasília. Allany Fernanda, que completaria 14 anos em dezembro, chegou a ser socorrida ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e transferida para o Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos.

O principal suspeito é um homem de 20 anos, preso em flagrante e levado inicialmente à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Ceilândia. Carlos Eduardo Pessoa Tavares afirmou à polícia que conhecia a garota há poucos dias e que mantinha um relacionamento com ela versão negada pela família da vítima, que mora em Águas Lindas (GO). A adolescente, segundo parentes, não vivia com a mãe.

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Entenda o crime

De acordo com o registro policial, o suspeito ligou para a corporação do celular do pai e contou que dois homens, usando capacetes, teriam pulado o muro e invadido a casa onde ele estava com a adolescente. O homem disse que os supostos invasores atiraram na menina e fugiram.

"Ela queria ter um futuro diferente do meu e do pai dela", afirmou Ivânia Oliveira Silva, mãe de Allany Fernanda | Reprodução/Redes sociais
"Ela queria ter um futuro diferente do meu e do pai dela", afirmou Ivânia Oliveira Silva, mãe de Allany Fernanda | Reprodução/Redes sociais

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a jovem baleada na cama, com marcas roxas nos punhos, no abdômen e sinais de estrangulamento. O corpo do homem também tinha marcas de mordidas no peito e no braço. Questionado sobre as lesões, ele afirmou que as mordidas teriam sido "brincadeiras entre os dois". A arma do crime não foi localizada.

Versão não convenceu a polícia

Cerca de dez minutos após a chegada da equipe, o suspeito foi encontrado nas proximidades da residência. Ele apresentava as mesmas características descritas e havia deixado documentos pessoais no imóvel. Aos policiais, contou que invasores teriam tentado roubar sua casa e atirado na menina, mas se referiu à vítima por outro nome. A versão foi descartada diante das evidências de agressão e contradições no depoimento.

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A delegada Mariana Almeida, responsável pelo caso, afirmou que a investigação segue para esclarecer o que aconteceu durante a madrugada.

"A princípio, a polícia descarta a hipótese de que ela tenha sido levada à força. Tudo indica que a adolescente foi até a casa do suspeito de forma voluntária. Agora, com a quebra do sigilo telefônico dos dois, vamos entender melhor a relação entre eles e o que de fato aconteceu antes do disparo", explicou.

Investigação em andamento

O caso foi inicialmente registrado como tentativa de feminicídio, mas passou a ser investigado como feminicídio consumado, depois da morte. A Polícia Civil apura a dinâmica do crime e as circunstâncias em que a adolescente chegou até a casa do suspeito.

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A perícia agora deve identificar se houve relação sexual entre os dois. Mesmo que seja comprovado que o ato teria sido consensual, o homem deve responder por estupro de vulnerável, já que a vítima tinha apenas 13 anos. Os peritos também vão analisar as múltiplas marcas de violência encontradas no corpo da menina para determinar o que aconteceu antes do disparo.

"Ela queria um futuro diferente", diz mãe

A mãe da vítima, Ivânia Oliveira Silva, contou que a última conversa com a filha foi na noite de domingo (2), por chamada de vídeo. "Ela disse que estava tudo bem. Por volta das duas da manhã, recebi uma mensagem com a palavra 'oie'. Estranhei, porque ela nunca escrevia assim. Senti que tinha algo errado", relatou.

Ivânia acredita que a filha lutou para sobreviver. "Minha filha não usava drogas, não tinha envolvimento com nada errado. Ela queria ter um futuro diferente do meu e do pai dela. Eu só quero justiça, que esse crime não fique impune", desabafou.
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