80% das estações de monitoramento de São Paulo registram ar ruim ou muito ruim
Qualidade do ar é ruim não só em avenidas movimentadas, mas até nos parques da capital
A cidade de São Paulo enfrenta uma grave crise de poluição causada pela combinação de seca, queimadas e altas temperaturas. Para entender melhor a situação, percorremos diversos pontos da capital, incluindo parques, para medir a qualidade do ar.
"Eu lavo muito o rosto, lavo o nariz, mas principalmente bebo muita água. Tá muito difícil", relata Sandra Regina Fabrício, na zona oeste da cidade. Com a janela aberta, um medidor de poluição registrou 103 microgramas de partículas poluentes por metro cúbico na sala.
Esse nível é considerado alto, o dobro do limite aceitável pelo estado de São Paulo. E muito abaixo do que Organização Mundial da Saúde recomenda, entre 15 e 20 microgramas por metro cúbico. A situação dentro de casa melhora quando as janelas estão fechadas, o que impede a entrada de parte dos poluentes, mas o calor se torna um problema.
Em outro ponto da cidade, na Marginal Tietê, uma das principais vias da capital, o nível de poluição chegou a 280 microgramas por metro cúbico. Nesta sexta-feira (13), 80% das estações de monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) indicaram que a qualidade do ar na capital e na região metropolitana era ruim ou muito ruim. E mesmo em áreas arborizadas, como parques, o nível de poluentes continua elevado. "A vegetação ajuda a reter algumas partículas, mas ainda está acima do recomendado", explica a pesquisadora da USP Dunia Waked.