Afundamento em Maceió: solo segue cedendo em ritmo lento
Capital de Alagoas continua em alerta máximo por risco iminente de colapso de mina de extração de sal-gema
Emanuelle Menezes
A Defesa Civil de Maceió informou que, neste domingo (3.dez), chegou a 1,69 m o afundamento na área da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange. Segundo o último boletim do órgão, divulgado às 9h, o solo está cedendo em uma média de velocidade de 0,7cm por hora. Em 24h, o terreno se movimentou por mais 10,8 cm.
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A cidade permanece em alerta máximo, devido ao risco iminente de colapso da mina, que está na região do antigo campo do time de futebol CSA (Centro Sportivo Alagoano).
A recomendação da Defesa Civil é de que a população não circule pela área desocupada, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
Tremor no sábado
Na madrugada de sábado (2.dez), foi registrado um tremor de magnitude 0,89 a cerca de 300 metros de profundidade na mina 18 da Braskem.
A Braskem, empresa responsável pela mina que pode colapsar, informou que todas as áreas de risco do município definidas pela Defesa Civil foram totalmente desocupadas.
"Os moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer nessa área de risco foram realocados pela Defesa Civil, por determinação judicial", informou a multinacional.
O que está acontecendo em Maceió?
O problema, que começou em 2018, já obrigou o deslocamento de mais de 55 mil moradores de pelo menos cinco bairros. Isso porque, parte do subsolo de Maceió foi perfurado pela petroquímica Braskem para a extração de sal-gema, um mineral usado na fabricação de cloro, soda cáustica e bicarbonato de sódio, mas que também serve de componente para a indústria farmacêutica, de higiene e limpeza, de celulose e têxtil, assim como no tratamento de água.
Após o surgimento dos primeiros sinais de colapso do solo, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, apontou que a exploração de sal-gema em uma região onde existiam falhas geológicas provocaram a instabilidade no solo.
A Braskem informou, por meio de nota, que "continua tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências" e segue colaborando com as autoridades competentes.