Estudo mostra que duas em três rodovias estão em más condições
Pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte identificou 2.600 pontos críticos em 111 mil quilômetros analisados
do SBT Brasil
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte avaliou como regulares, ruins ou péssimas mais de dois terços (67,5%) das rodovias brasileiras. É o que constata diariamente o caminhoneiro Jhonatan Alves, que roda o Brasil transportando cargas. "São bem ruins, bem complicadas, principalmente as do Nordeste. Pneu que estoura, altos prejuízos, rodas amassadas, gasto de combustível também", conta.
É na região Norte que estão as piores rodovias do Brasil e quase metade dos pontos críticos identificados. Oitenta por cento das estradas da região foram classificadas de regular para baixo. A pior avaliada é a BR-174, entre as cidades de Manaus e Itaticoara, no Amazonas.
"Um caminhão trafega em uma velocidade mais baixa, tem que fazer frenagens e acelerações, nisso ele consome mais diesel, emite mais poluentes", explica Bruno Baptista, diretor-executivo da Confederação Nacional do Transporte. "Uma rodovia ruim provoca um aumento de custo nos serviços de frete e isso faz com que os produtos que nós consumimos e também os produtos que nós exportamos fiquem cada vez mais caros."
A pesquisa também mostrou que as rodovias públicas receberam as piores avaliações: 76,6% foram consideradas regulares, ruins e péssimas. "A gente tá falando de locais com grande predominância de buracos profundos, de erosões, de quedas de barreiras, quedas de pontes", analisa Baptista.
A Confederação Nacional de Transporte estima que é preciso um investimento de mais de R$ 94 bilhões de reais para reconstrução, restauração e manutenção das vias. "O fator principal para se manter uma rodovia em bom nível de qualidade é fazer uma destinação regular de recursos, isso permite fazer uma boa manutenção, não deixar os problemas surgirem", finaliza Baptista.