Sindicato sobre privatização do metrô: "Quem tem que escolher é a população"
Metroviários estão paralisados para protestar contra desestatização; Tarcísio diz que não vai parar estudos
Fernando Jordão
Paralisados para protestar contra a privatização total do sistema de transporte ferroviário de São Paulo, os metroviários defendem que os moradores do estado participem de forma ativa da decisão sobre conceder ou não a modalidade à iniciativa privada. "Quem tem que escolher se o transporte vai ser público ou privado tem que ser a população", afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo, Narciso Soares, em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News.
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"A gente quer que suspenda [o processo de privatização] e que escute a população. A gente desafia o governo a fazer um plebiscito oficial, um amplo debate com a população, com as duas posições. Achamos que a privatização tem demonstrado que piora a qualidade, que serve aos grandes empresários e que aumenta a tarifa", apontou.
Mais cedo, em declaração a jornalistas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a privatização do sistema -- que, segundo ele, ainda estaria em estudo --, além de afirmar que a população seria consultada durante o processo em audiências públicas. O chefe do Executivo paulista ainda acusou a greve de ser "ilegal e abusiva".
O sindicato, porém, rebateu e disse que o processo de desestatização já estaria sendo executado. Sobre o descumprimento da decisão da Justiça do Trabalho, que determinou o funcionamento de 100% das linhas nos horários de pico, Soares expôs que a categoria apresentou a opção de um protesto com as catracas abertas, sem a cobrança de passagem, o que não teria sido aceito pelo governo. "Então, o principal responsável pelo transtorno da população é o governo do estado, que coloca a população nessa condição. Agora, a população sofre aqui não só em dia de greve, sofre todo dia com transporte público", arrematou.
Assista à íntegra da entrevista (a partir de 10min02seg):