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Brasil

Perfis com discurso de ódio seguem ativos mesmo com identificação da Abin

Agência mapeou há um ano postagens extremistas em 32 contas; 21 delas continuam ativas

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celular | Tânia Rêgo/Agência Brasil
• Atualizado em
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Perfis na plataforma "X", antigo Twitter, seguem ativos mesmo após publicações contendo discurso de ódio político e possíveis ameaças. Levantamento do SBT News analisou 32 contas citadas em relatório de inteligência da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) enviado à CPMI dos Atos de 8 de Janeiro. O documento mapeou a produção de conteúdos extremistas contra autoridades nas últimas eleições e, passado um ano desde que a maior parte das publicações foi feita, 21 perfis seguem em atividade na plataforma. 

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De acordo com o relatório ao qual a reportagem teve acesso, as contas fizeram publicações com ameaças violentas a diferentes personagens. Entre os alvos estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à época candidato, ministros do Supremo Tribunal Federal, com destaque a Alexandre de Moraes, e até mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento foi finalizado em 4 de outubro do ano passado, época em que a agência estava sob comando interino do ex-capitão do Exército Victor Carneiro.

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Mensagem de publicação identificada em relatório de inteligência obtido pelo SBT News

A maior parte do conteúdo foi publicada em setembro de 2022, quatro meses antes dos atos terroristas de 8 de janeiro. O parecer da Abin também destacou que as mensagens publicadas poderiam servir como "catalisadores para o cometimento de atos violentos por atores extremistas". O uso de armas de fogo e a reprodução de ações contra nomes em destaque no cenário político foram os mais citados.

"Eu levo só um segundo e uma puxada de gatilho pra mandar um Ptralha de m# para o inferno", dizia uma das mensagens compartilhadas. "Vamos colocar vários SNIPER voltado [sic] para o STF. Mirando na quadrilha. Para ver o que é bom", relatava outra.

Apesar da classificação de extremista da Abin, há uma conta que manteve a produção de conteúdo em publicações que desacreditaram instituições e urnas eletrônicas até abril deste ano. O relatório também a classificou como "bot" - termo utilizado como abreviatura a robô - pela suspeita de não se tratar de uma conta real, mas sim utilizada para compartilhar conteúdos criados por terceiros. 

Publicação compartilhada por conta classificada como possível bot pela Abin

Oito das contas citadas em análise da Abin não estão ativas e, ao serem abertas, mostram a notificação de suspensão "por violação de regras". A rede social foi questionada pela reportagem para saber se foi devidamente informada a respeito dos perfis radicais identificados pela Abin, além da motivação para as contas seguirem ativas. Mas respondeu, por meio de uma resposta automática em inglês, que os funcionários estão ocupados no momento e que o contato deve ser feito posteriormente. O e-mail padrão foi reproduzido em diferentes dias.

Em página voltada para suporte aos que utilizam a plataforma, o "X" informa que a remoção de um perfil por violação de regras se dá por publicações ou comportamentos abusivos: "Podemos suspender uma conta caso haja denúncias de violação das Regras do X em decorrência de abuso/assédio. Quando uma conta se envolve em comportamento abusivo, como envio de ameaças a outras pessoas ou falsa identidade, podemos suspendê-la temporariamente ou, em alguns casos, permanentemente".

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