Eleições 2024: Boulos faz caravanas por SP e lança movimento para ouvir paulistanos
Deputado federal é o pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo; presidente Lula apoia o líder do MTST
O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) lançou um movimento para ouvir as críticas e as sugestões dos cidadãos paulistanos para a cidade, o SalveSP. Na 6ª feira (15.set), o site do projeto publicou um vídeo em que é possível ouvir um narrador dizendo: "Salve, São Paulo. É com você que a gente quer falar. Você que ama essa cidade e não está feliz com o que ela te oferece. Você que quer mudança, que quer São Paulo melhor".
Dias atrás, Boulos já havia conversado com o SBT News sobre uma das propostas lançadas pelo Movimento SalveSP: caravanas pelas subprefeituras da cidade, para escutar os moradores de cada região. A próxima parada do psolista será neste sábado (16.set), às 15h, no Capão Redondo.
"Nós vamos rodar as 32 subprefeituras de São Paulo escutando as pessoas, ouvindo os moradores de cada região, lideranças religiosas, comerciantes, empresários, enfim, ouvindo o povo de todas as regiões de São Paulo. Vamos rodar São Paulo escutando as demandas das pessoas", disse ele.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que se filiou ao PSOL em março de 2018, é a esperança da esquerda paulista de conseguir voltar à Prefeitura de São Paulo. O último prefeito da capital ligado a esse campo político foi Fernando Haddad (PT), que ocupou o prédio do Viaduto do Chá de 2013 a 2016.
Aos 41 anos, Boulos não chega a essa campanha como uma novidade. Em 2020, em uma chapa que contava com a ex-prefeita e atual deputada federal Luiza Erundina (PSOL) como vice, ele disputou o 2º turno das eleições contra Bruno Covas (PSDB) e obteve 40,62% dos votos válidos. Mas dessa vez ele chegará ao pleito com um reforço de peso entre seus cabos eleitorais: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da República.
Chamado de "maior liderança popular do país" por Boulos, Lula deve, segundo ele, "se envolver na campanha, estar junto, construindo um outro projeto para São Paulo".
O acordo de apoio de Lula a Boulos foi costurado ainda durante as eleições presidenciais de 2022, quando o petista buscava formar uma frente ampla para derrotar o bolsonarismo. No início de agosto, apesar de uma ala do partido ser contra, o PT oficializou o apoio à candidatura do líder do MTST durante um congresso partidário. Será a primeira vez na história em que o Partido dos Trabalhadores não vai lançar uma candidatura própria na capital paulista.
Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, reforçou o compromisso do PT com a campanha do psolista em entrevista ao SBT News.
"O Guilherme Boulos é um deputado federal que tem se mostrado cada vez mais, tá muito preparado para governar uma cidade como São Paulo e o PT, que é o meu partido e é o partido do presidente Lula, tem um compromisso com a candidatura dele", afirmou.
No PSOL, o nome de Boulos também não era uma unanimidade. Desde sua filiação, setores do partido questionam a forma atropelada com que essa aproximação aconteceu, sem respeito a uma chamada "democracia interna". Um dos nomes a questionar o processo foi Sâmia Bomfim, também deputada federal pelo PSOL de São Paulo.
As discordâncias entre os dois ficaram mais explícitas em dezembro de 2022, quando o partido decidia se integraria ou não o governo Lula. A independência do partido, defendida por Sâmia, acabou sendo aprovada na resolução votada tanto pelo grupo da deputada quanto pelo de Boulos.
Na plenária que antecedeu ao Congresso Nacional do PSOL, que acontece dos dias 29/09 a 01/10, as divergências entre os grupos liderados por Boulos e Sâmia ficaram ainda mais claras. Os dois defendem teses diferentes para o partido. O grupo de Boulos, que tem a chancela do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, ganhou essa de lavada: com cerca de 75% dos votos, a tese ganhadora em São Paulo foi a que defende um 'PSOL popular, democrático e de todas as lutas'.
Questionado sobre divergências internas, Boulos negou. "Não existe nenhuma divergência não, temos uma posição unitária, de consenso, em relação a nossa pré-candidatura".