Michelle Bolsonaro diz ser alvo de "narrativas para assassinar" sua reputação
Sem citar investigação sobre suposto esquema para venda de itens de luxo da União, ex-primeira-dama falou em tentativa de difamação
SBT Brasil
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, neste sábado (02.set), estar sendo alvo de "narrativas" que tentam "difamar" e "assassinar" sua reputação e do marido, Jair Bolsonaro - em uma referência à investigação da Polícia Federal sobre o suposto esquema de venda de joias e itens de luxo, que integram o acervo da União.
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"Não liguem para as narrativas que estão construindo para nos difamar, para assassinar a nossa reputação. Estão querendo apagar o nosso legado", declarou Michelle, em discurso ao lado do ex-presidente, durante evento regional do PL Mulher, em Brasília.
Apresentado por Michelle como "aquele que não perdeu as eleições", Jair Bolsonaro discursou por cerca de cinco minutos. Em sua fala, o ex-presidente adotou um tom político, mas evitou assuntos polêmicos.
"Falta é políticos que tenham coração verde e amarelo. Falta é gente ainda, em mais quantidade, para movimentar essa massa, e colocar o Brasil no lugar de destaque que ele bem merece... e passa por vocês, mulheres. Dei tudo de mim, nesses quatro anos. Consideremos o ano passado uma página virada e vamos em frente, porque o nosso Brasil, mais do que pressa, ele tem a necessidade de mudar", afirmou Jair Bolsonaro.
O evento realizado pelo Partido Liberal, neste sábado, chegou a ter credenciamento para a cobertura da imprensa, porém, os jornalistas foram barrados na porta, sob alegação de falta de espaço.
Esquema de venda de itens da União
O ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle, além de três assessores da Presidência, prestaram depoimento à Polícia Federal, nesta semana. Todos optaram por permanecer em silêncio durante os questionamentos, alegando não reconhecer a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a investigação do suposto esquema de venda de joias e itens de luxo do acervo público da União.
Já o advogado Frederick Wassef, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e o pai dele, o general Mauro Lourena Cid, decidiram responder às perguntas dos investigadores da PF. Os oito depoimentos foram agendados no mesmo horário, para evitar respostas combinadas.
Apesar do silêncio, nesta 6ª feira (01.set), a defesa de Michelle e Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, "acesso integral aos termos de declarações", ou seja, ao registro dos depoimentos dados pelos demais envolvidos na investigação, "nas oitivas realizadas no dia 31 de agosto". Moraes ainda não se manifestou.