Pratos amazônicos são destaque em festival na Ilha de Cotijuba
5ª Edição do Festival Gastronomia das Ilhas acontece em ilha paradisíaca em Belém, no Pará
SBT News
Acontece na Ilha de Cotijuba, neste fim de semana (26/27.ago), a 5ª Edição do Festival Gastronomia das Ilhas em Belém, no Pará.
A estrada que leva ao festival é o rio. O barco sai do trapiche de Icoaraci, distrito da capital paraense. São 40 minutos pela Baía do Guajará até a Ilha de Cotijuba, uma das 39 que formam Belém, cidade criativa da gastronomia, título dado pela Unesco em 2015. Muitos desses sabores vêm das águas. E são celebrados no festival gastronômico das ilhas, como explica Lélio Costa, presidente da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem): "Belém tem a sua cultura alimentar muito marcada pela influência dos nossos povos originários, pela influência dos nossos povos portugueses e dos povos africanos que vieram escravizados, o que montou uma gastronomia única. O selo tem essa marca da diversidade, da dimensão da sustentabilidade. Por isso, viemos então para as ilhas."
Área de preservação ambiental, Cotijuba não tem carros. A locomoção é feita de mototáxi ou de motorretes, que são carrocerias acopladas em motocicletas e que substituíram as antigas charretes, puxadas por cavalos. É melhor forma de circular entre as mais de dez praias da ilha. Em cinco delas tem parada gastronômica, onde a reportagem foi conferir as delícias amazônicas.
O cardápio é completo. Entrada, prato principal e sobremesa. Para ser devorado com pé na areia.
"Eu tava pensando muito em ir embora hoje. A gente nem sabia que ia ter, mas a gente resolveu ficar e está aproveitando. Tem coisas muito maravilhosas para comer", conta o microempresário Everton Machado.
Na Praia do Farol, o menu começa com bolinho de Piracuí, uma farinha feita de peixe, que ganhou ainda mais sabor com molho de Tucupi, que é o caldo extraído da mandioca. Como prato principal o Filhote, peixe tradicional da região, acompanhado de pirão de camarão picante e arroz de coco. Para finalizar, brigadeiro e tapioca feitos de Capim Santo. Resultado de capacitação recebida pelas mulheres da ilha. "A gente aprendeu algumas técnicas para poder montar nossos pratos, aí a gente vai usando da criatividade", conta Glaucia Silva, proprietária de restaurante e chefe de cozinha. Glaucia explica que os insumos também são produzidos no local: "Nossos produtores daqui da ilha fornecem tanto o peixe, quanto as verduras e frutos da ilha mesmo."
Em outro ponto da ilha, a Praia Funda oferece um mirante com vista para o rio que ficou ainda mais especial com o banquete: isca de Arraia, "peixe moqueado", técnica indígena que utiliza a folha de bananeira para assar, e creme de açaí, que era a sobremesa, mas a empresária Sofia Paz preferiu comer do jeito que o paraense gosta. "Peixe com açaí que é nosso, é regional, é cultural. Ganhamos muito com essas experiências gastronômicas e o Pará merece, o paraense merece."