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Brasil

Cirurgia de descompressão de nervos: esperança para quem sofre com a enxaqueca

Conheça os avanços na cirurgia que oferece alívio duradouro para pacientes de enxaqueca crônica

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Cirurgia de descompressão de nervos
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A enxaqueca é uma condição debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando dores de cabeça intensas e impactando significativamente a qualidade de vida. Cerca de 15% da população global sofrem com a condição, tornando-a a sexta doença mais incapacitante reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, aproximadamente 32 milhões de pessoas são afetadas, segundo dados do Ministério da Saúde.

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Imagine conviver por uma década com dores latejantes, tentando aliviar o sofrimento com analgésicos que, com o tempo, se mostram cada vez menos eficazes. Essa foi a realidade de Alexandre Braga Souza, operador de áudio, que enfrentou as agruras da enxaqueca por anos a fio. As crises frequentes e intensas não apenas afetavam sua produtividade e qualidade de vida, mas também o levavam a depender excessivamente de medicamentos.

"Eu tinha sempre que ficar me medicando com analgésico, às vezes uma, duas, três vezes no dia para tentar passar", relembra ele. "Quando não passava, eu tinha que ir ao hospital para tomar na veia mesmo".

Uma esperança surgiu quando Alexandre descobriu uma cirurgia inovadora que prometia amenizar suas dores. A operação consiste na descompressão de nervos periféricos localizados em áreas específicas do crânio, onde a dor da enxaqueca se manifesta. Esses nervos incluem ramos do trigêmeo (responsáveis por sensibilidade na testa, nariz, maxilar, bochechas e têmporas) e os ramos occipitais (na nuca e parte de trás da cabeça).

O cirurgião plástico Paolo Rubez, que aprendeu a técnica nos Estados Unidos, explica que a cirurgia é minimamente invasiva e, em alguns casos, pode ser realizada com anestesia local em apenas 15 a 20 minutos.

Rubez diz que a cirurgia é indicada "principalmente para quem tem enxaqueca crônica. São pacientes que têm uma frequência de dor muito alta e que não respondam muito bem aos outros tratamentos."

O médico lembra que muitas pessoas adiam a intervenção por medo de sequelas. Um temor infundado, segundo ele: "O medo de todo mundo é que tenha uma sequela de paralisia, algum déficit neurológico mental, mas isso não existe por serem procedimentos que não chegam a entrar no crânio, é logo abaixo da pele."

Estudos conduzidos pela Escola de Medicina Karadeniz, na Turquia, são promissores. Cerca de 85% dos pacientes submetidos à cirurgia experimentaram uma redução de pelo menos 50% nas crises de enxaqueca, enquanto 14% relataram a eliminação completa das dores.

A cirurgia de descompressão de nervos pode ser realizada tanto em clínicas privadas quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas esbarra na escassez de profissionais capacitados para executá-la. Ainda assim, a disponibilidade dessa intervenção representa uma mudança significativa na vida dos pacientes que sofrem com enxaqueca crônica.

O tratamento convencional para enxaqueca muitas vezes envolve medicações, toxina botulínica e outras abordagens, mas nem sempre essas estratégias surtem efeito, especialmente para casos mais graves. A cirurgia de descompressão de nervos oferece uma alternativa promissora para aqueles que não respondem bem a outras terapias, proporcionando alívio duradouro e redução significativa no uso de medicamentos.

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