Marcha das Margaridas deve reunir mais de 100 mil mulheres em Brasília
Evento acontece a cada quatro anos em defesa dos direitos femininos no campo
Camila Stucaluc
A Marcha das Margaridas, que acontece na tarde desta 4ª feira (16.ago), deve reunir 100 mil mulheres de todo o país em Brasília, no Distrito Federal. A estimativa é do governo federal, que deverá acompanhar o trajeto do grupo, de aproximadamente 10 km, que irá do Parque da Cidade até o final da Esplanada dos Ministérios.
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Em função do evento, o trânsito no Eixo Monumental passará por alterações, ficando com três faixas de rolamento fechadas - desde a saída do Parque da Cidade até a Catedral Metropolitana de Brasília. Além disso, tanto a Esplanada dos Ministérios como a Praça dos Três Poderes ficará restrita ao acesso de veículos.
Realizada a cada quatro anos, a marcha é uma homenagem à trabalhadora rural e sindicalista Margarida Maria Alves, que passou a vida lutando pelos direitos trabalhistas das mulheres no campo. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 à mando de latifundiários da Paraíba e se tornou um símbolo em defesa dos direitos da categoria.
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"Apresentando uma agenda importante para reconstruir o Brasil e alcançar o bem viver. Isso significa que queremos estabelecer uma relação de não exploração com a natureza. Usufruir do direito de viver em nossas terras e territórios e propor novas formas de produção de alimentos baseado na agroecologia", disse Mazé Morais, coordenadora-geral da Marcha das Margaridas.
Segundo ela, neste ano, a marcha, que reúne mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, vai às ruas com 12 eixos políticos:
- Democracia participativa e soberania popular;
- Poder e participação política das mulheres;
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
- Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária;
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital;
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade.