Amazônia perdeu 17% da cobertura nativa em 2021, diz Mapbiomas
Maioria dos hectares foi devastado para atividades agropecuárias e silviculturas
Um balanço do Mapbiomas revelou que a Amazônia perdeu 17% da cobertura vegetal natural em 2021. No Brasil, que responde por 61,9% do território amazônico, a área caiu de 442 milhões de hectares para 382 milhões de hectares entre 1985 e 2021 - uma perda de 60 milhões de hectares, ou 80% do total perdido no período no bioma.
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Dos hectares devastados, a maioria foi para atividades agropecuárias e silviculturas. Segundo os dados, em 37 anos, a área voltada aos segmentos praticamente triplicou, passando de 36 milhões de hectares para 98 milhões. Com isso, a área de vegetação nativa da Amazônia brasileira ficou em 79% - a mais baixa entre todos os países amazônicos.
"Se a tendência atual verificada pelo MapBiomas Amazônia continuar, o bioma, que é um sumidouro de carbono de importância planetária, chegará a um ponto sem volta, afetando irreversivelmente seus serviços ecossistêmicos", alertou a entidade.
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Além do desmatamento desenfreado, o mapeamento mostrou que as geleiras dos Andes amazônicos, que fornecem água para milhões de pessoas e alimentam as nascentes dos grandes rios da região, perderam 46% do gelo no período analisado. A atividade minerária, por sua vez, expandiu-se 1107% - passando de 47 mil hectares em 1985 para mais de 571 mil hectares em 2021.
Confira a porcentagem de vegetação nativa nos países amazônicos (ano 2021):
- Guiana Francesa: 98,1% (8,16 milhões de hectares)
- Guiana: 97,4% (18,7 milhões de hectares)
- Suriname: 96,7% (13,7 milhões de hectares)
- Venezuela: 94% (37,9 milhões de hectares)
- Colômbia: 89,5% (42,6 milhões de hectares)
- Peru: 87% (70 milhões de hectares)
- Bolívia: 85,8% (43 milhões de hectares)
- Equador: 83% (9,8 milhões de hectares)
- Brasil: 79% (98 milhões de hectares)