Documento final da Cúpula da Amazônia cobra financiamento de países ricos
Comunicado estipula um valor de US$ 300 bilhões para preservação do clima e proteção da biodiversidade.
Eliete Albuquerque
Os países que concentram florestas tropicais em seus territórios divulgaram um comunicado conjunto no encerramento da Cúpula da Amazônia, nesta 4ª feira (09.ago). No documento, intitulado "Unidos por nossas Florestas", é destinado uma cobrança às nações mais ricas para financiar a preservação ambiental de regiões em desenvolvimento.
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"Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela. É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando, que eles paguem sua parte agora para a gente recompor parte daquilo que foi estragado, é a natureza que está precisando de dinheiro, de financiamento", disse o presidente Lula.
Os signatários manifestaram preocupação com o não cumprimento por parte dos países desenvolvidos do compromisso de US$ 100 bilhões de dólares anuais para o clima e mais US$ 200 bilhões anuais até 2030 para proteção da biodiversidade.
No discurso, Lula criticou a adoção de "medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental" por parte dos países ricos. E afirmou que este "não é o caminho a trilhar".
Na despedida da cúpula, o presidente revelou a linha que o Brasil e os outros países devem seguir, a partir de agora, nas negociações sobre o clima. "Nós vamos para a COP28 para dizer ao mundo rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo", afirmou.