Nordeste concentra 68% do total de quilombolas
Estado da Bahia lidera com 397.059 pessoas, representando 29,90% do total
SBT News
A região Nordeste concentra a maior quantidade de quilombolas, somando 905.415 pessoas, o que corresponde a 68,2% da população quilombola. Os dados são do "Censo 2022 - Quilombolas: Primeiros Resultados", estudo inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Em seguida, as regiões Sudeste e Norte contabilizam 182.305 e 166.069 quilombolas, respectivamente, totalizando 26,24% da população dessa comunidade. As regiões Centro-Oeste e Sul possuem 5,57% da população quilombola, com 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.
Na Amazônia Legal, o Censo 2022 encontrou 426.449 pessoas quilombolas, o que representa 1,6% da população desta região e quase um terço (32,1%) dos quilombolas do país. Roraima e Acre não possuem comunidades quilombolas identificadas.
O gerente Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, Fernando Damasco apontou quatros eixos de concentração:
- Bacia do rio São Francisco e nas cidades litorâneas do Sudeste, com destacada presença no Vale do Ribeira;
- No baixo rio Amazonas, municípios do entorno de Belém e do Amapá, além do Maranhão;
- Centro-Oeste e Norte, principalmente no entorno do Pantanal e na bacia do rio Guaporé;
- Sul e sudeste do Rio Grande do Sul;
De acordo com Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, a distribuição geográfica dos quilombos está diretamente ligada ao processo histórico de escravização.
"A população quilombola se identifica não só pelo processo de escravização, mas principalmente pela resistência à opressão histórica como está no Decreto 4887", disse Marta Antunes.
O estado da Bahia lidera em número de quilombolas, com 397.059 pessoas, representando 29,90% do total de quilombolas no censo. Logo após, o Maranhão registra 269.074 quilombolas, correspondendo a 20,26% do total. Juntos, Bahia e Maranhão concentram 50,17% da população quilombola do país.
O município de Senhor do Bonfim, na Bahia, se destaca com o maior número absoluto de quilombolas, totalizando 15.999 residentes. Outros municípios com grande presença quilombola são Salvador (BA), Alcântara (MA) e Januária (MG), com 15.897, 15.616 e 15 mil pessoas, respectivamente.
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* Estagiário sob supervisão de Henrique Bolgue