Desmatamento da Amazônia tem queda de 60% nos seis primeiros meses do ano
Estados do Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem liderando ranking de devastação do bioma
Camila Stucaluc
O primeiro semestre de 2023 fechou com uma redução de 60% no desmatamento da Amazônia. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a destruição do bioma passou de 4.789 km², nos seis primeiros meses de 2022, para 1.903 km², neste ano, sendo a menor área devastada para o período desde 2018.
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Apenas em junho, o desmatamento caiu 75% na Amazônia, passando de 1.429 km² em 2022 para 361 km² em 2023. Esse foi o segundo mês com a maior queda na devastação no ano, atrás apenas de maio, quando a derrubada da floresta amazônica teve uma redução de 77%. Em relação à série histórica, a devastação registrada em junho foi a menor em 10 anos.
"Isso indica que a retomada do Brasil a pauta ambiental está mostrando resultados positivos. Essa política e a redução do desmatamento precisa ser mantida para que o Brasil consiga atingir as suas metas de redução dos gases do efeito estufa assumidas mundialmente", comenta Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Apesar da notícia positiva, a área destruída no primeiro semestre do ano foi a sexta maior de toda a série histórica do monitoramento, que iniciou em 2008. Somente no período, a Amazônia perdeu um território florestal quase duas vezes maior do que a cidade de Belém, no Pará. Isso equivale a mais de mil campos de futebol desmatados por dia.
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Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas desmatadas na Amazônia. De janeiro a junho, Mato Grosso devastou 580 km², Amazonas 475 km² e Pará 427 km², o que representa 30%, 25% e 22% do total na região, respectivamente. Juntos, os estados são responsáveis por 77% da devastação no período.