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"Não era nem a metade", diz ex-funcionária sobre vídeos de maus-tratos em escola

Mulher gravou cenas de humilhação e denunciou caso à polícia; donos foram presos nesta 3ª feira

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criança amarrada a poste
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A equipe de reportagem do SBT conversou com a ex-funcionária da escola particular Pequiá, denunciada por maus-tratos contra alunos. Responsável por registrar as imagens que geraram indignação nas redes sociais e levaram à abertura da investigação, a estudante Anny Garcia Junqueira contou em detalhes o que os vídeos não mostram.

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"Desde que eu entrei lá, eu vi que eles eram bem agressivos. As atitudes de lidar com as crianças, você ficava mesmo assustada", lembra a jovem, que trabalhou no cresce, localizada no bairro do Cambuci, na região central de São Paulo, por um ano.

"Não era nem a metade, aqueles vídeos que eu consegui fazer são as pequenas coisas que eles faziam", diz a ex-funcionária.

"Eles deixavam as crianças sem comer, eles forçavam a criança a comer, enfiavam comida na boca da criança, gritava assim com as crianças de um jeito exagerado, pegava a criança, assim, de tirar de um lugar para levar para outro, levava a criança de um jeito muito agressivo, eram muitas coisas que aconteciam lá", ela relata.

Novos vídeos mostram quando a dona da creche, Andrea, de 46 anos, chuta uma bebê de 1 ano e meio, que chora, enquanto é obrigada a guardar os brinquedos. Depois, a mulher bate os braços da criança na caixa, e ainda força a menina a ficar de joelhos.

"Sempre que a gente via que ia acontecer alguma coisa, a gente tentava afastar [a criança], levava para o pátio, mas tinha vez que não era suficiente", observa a jovem.

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Anny conta ainda sobre o momento em que decidiu começar a gravar os momentos de humilhação contra as crianças e efetuar a denúncia. "Eu já estava querendo sair por conta desse motivo, mas eu falei 'não consigo sair sem prova nenhuma', porque eu já tinha uma ideia, que eu ia entrar para justiça, né, para fazer o B.O., tudo. Eu falei 'se eu entrar, não vai dar' em nada, que foi o que aconteceu com a professora antiga que tentou, e não deu nada. Aí eu comecei a gravar tudo que eu conseguia".

"Foi esse pensamento: 'preciso gravar, porque, se eu sair daqui e denunciar, provavelmente, não iria dar em nada", ela explica.

O casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Alves Moreira, proprietários da escola Pequiá, foram presos nesta 3ª feira (27.jun). Segundo o delegado responsável pela investigação, Fábio Daré, eles concordaram em se entregar à polícia após negociações com as autoridades. O policial relatou que os dois estavam assustados com a repercussão do caso, e que eles estavam sendo alvos de ameaças.

Até o momento, ao menos 12 pais e mães de alunos da escola, além de professores, já prestaram depoimento à polícia civil. Para Anny, a prisão do casal faz justiça às crianças vítimas das agressões.

"Além de todo o medo que eu fiquei, mas eu acho que foi merecido [a prisão]. Eu acho que eu deveria ter feito isso e, se fosse para eu repetir, eu faria tudo isso de novo", conclui a ex-funcionária.

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