Criança de 7 anos é morta pelo pai adotivo por abrir geladeira
Ex-conselheiro tutelar de Guararema (SP), pai foi preso em flagrante. Mãe foi detida por suspeita de omissão
Emanuelle Menezes
Uma criança de 7 anos morreu após ser espancada pelo pai adotivo, na noite de 5ª feira (22.jun), em Guararema, região metropolitana de São Paulo. Marcelo Bezerra Leão, ex-integrante do Conselho Tutelar da cidade, foi preso em flagrante. A mãe do menino, Margarete Lima Franco, professora da rede municipal de ensino de Suzano (SP), também foi detida por suspeita de omissão.
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De acordo com Jorge Luis Neves Esteves, delegado titular de Guararema, o pai confessou que agrediu Lucas Henrique de Lima Franco Leão, de 7 anos, após ele ter pegado escondido um pedaço de frango na geladeira. Os socos no abdômen causaram uma ruptura no fígado do menino, que, após desmaiar, foi levado para o Hospital Luzia de Pinho Mello, em Mogi das Cruzes.
No hospital, Marcelo contou aos médicos que Lucas Henrique teria caído da escada. A médica responsável pelo atendimento suspeitou da história contada pelo pai, por causa das lesões no corpo do menino, incompatíveis com uma queda.
Apesar dos esforços médicos, a criança teve a morte confirmada às 5h de 6ª feira (23.jun).
A Polícia Militar foi acionada e o homem foi levado para a delegacia. No local, ele acabou confessando que havia agredido o menino fisicamente. Ele foi preso em flagrante, por homicídio qualificado. A mãe também foi detida, por suspeita de omissão, já que essa não foi a primeira vez em que o menino foi espancado.
Em abril, Lucas Henrique foi levado ao hospital com uma fratura no fêmur. Na ocasião, o pai da criança também afirmou aos médicos que ele havia caído da escada. A Polícia investiga, agora, se essa fratura também foi causada por agressões.
"Se a mãe tivesse avisado a Polícia em abril, o crime dessa noite talvez não tivesse ocorrido", disse o delegado Jorge Luis Neves Esteves.
Nas redes sociais de Margarete, é possível encontrar uma postagem em que ela pede para que outras pessoas "não se metam" enquanto ela estiver brigando com os filhos. O texto foi publicado no dia 13 de junho.
"Deixa eu brigar com o meu filho o quanto eu quiser. Melhor eu ser uma mãe chata do que uma sonsa e folgada", diz ela no texto.
Marcelo e Margarete adotaram Lucas Henrique, de 7 anos, e outros dois irmãos: um menino de 5 anos e uma menina de 3. Eles também têm um filho biológico, de 15 anos.
O velório do menino acontece às 13h deste sábado (24.jun), na Igreja Matriz de Guararema.
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