Secom critica engajamento nas plataformas e lança consulta pública de educação midiática
Especialistas apontam em encontro desafios para implantação nas políticas públicas do tipo no país
Cido Coelho
Durante a primeira mesa no Encontro Internacional de Educação Midiática, que acontece na Escola Superior de Propaganda e Marketing, que acontece nesta 5ª feira (25.mai) em São Paulo, foi discutido o tema "Políticas Públicas: Como e porque amparar a educação midiática enquanto política pública".
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Na mesa estavam presentes Debora Garófalo, diretora de Inovação Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro; Tereza Faria, coordenadora de Educação Básica do Ministério da Educação; e João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom).
Para Debora Garófalo, colocar a educação midiática dentro da política pública é importante e necessário perante o país que tem uma rede de ensino pública com mais de 130 mil escolas. A especialista ressaltou que a discussão sobre a educação midiática começou no século XX e um dos grandes desafios é fazer com que os alunos possam saber ler de forma crítica, que os "alunos tenham acesso às disciplinas que formam o senso crítico".
Uma das experiências que ela cita foi explorar disciplinas voltadas para tecnologia e inovação, que foram feitas no sistema de educação pública em São Paulo, com o desenvolvimento deste tipo de conhecimento para que os alunos pudessem aprimorar sua visão de mundo e de vida.
Já Tereza Faria, a coordenadora de Educação Básica do MEC, fez uma reflexão sobre o cenário brasileiro da desinformação e da educação no Brasil. Falou sobre o problema de cognição coletiva que afeta o país e que "a desinformação escalou no país".
E o cenário do momento é que a sociedade e o governo precisam ter um compromisso nacional pela alfabetização, um pacto que envolve outros entes públicos além de trazer o uso das tecnologias, o pensamento computacional, para a formação e produção de informações para produzir conhecimento e aprendizagens.
Encerrando a mesa, o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, destacou que a educação midiática é um desafio para a política pública, sendo que as fake news circulam 10 vezes mais que a notícia produzida pelo jornalismo profissional, que é necessário que aconteça o mapeamento de iniciativas de educação midiática para que haja articulação com os órgãos públicos.
E entre as medidas propostas está o lançamento de uma consulta pública para entender como atuar no tema da educação midiática. Ele falou sobre a questão da desinformação e fez críticas sobre a cultura e a mecânica do engajamento nas plataformas, que é voltado para a produção de conteúdo e monetização.
Abordou a questão do fortalecimento do jornalismo e que o estado tem a preocupação da garantia e da promoção dos direitos na rede.
Segundo o secretário, existem sete propostas de ações para a educação midiática:
- Inclusão da educação midiática na educação básica (MEC)
- Mapeamento de iniciativas de referência para formulação de política nacional
- Articulação com órgãos e instituições públicas para ações conjuntas
- Orientações sobre uso de telas por crianças e adolescentes
- Projetos com organizações da sociedade civil
- Definição de compromissos por parte da iniciativa privada
- Parceria para transmissão de campanhas de educação midiática por emissoras de TV
Para acessar a consulta pública sobre educação midiática, clique aqui.