PL das Fake News: Google nega ampliação de alcance de páginas contra proposta
Em nota, plataforma defendeu uso de marketing para dar visibilidade à "preocupações" da empresa
Após acusações do governo, troca de farpas e repercussão nas redes sociais, o Google publicou na noite desta 2ª feira (1º.mai.) uma nota em que nega a informação de que estaria ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao Projeto de Lei das Fake News, em desvantagem àquelas favoráveis ao texto que deve ser votado pela Câmara Federal nesta semana.
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O Google defendeu a transparência em torno do debate e escreveu que "a discussão sobre uma legislação que pode impactar a vida de milhões de brasileiros e empresas precisa ser feita envolvendo todos os setores da sociedade". Enfatizou que nas últimas semanas, tem se manifestado em relação ao PL 2630 "de forma pública e transparente" por meio do blog oficial da plataforma.
A empresa negou que esteja promovendo campanha contra o projeto de lei, com manipulações em sua ferramenta de busca.
"As alegações de que estamos ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao Projeto de Lei 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis, são falsas. Cada vez que uma pessoa faz uma busca, nossos sistemas trabalham para mostrar para ela os resultados mais relevantes entre milhares, às vezes milhões, de páginas de web. Não alteramos manualmente as listas de resultados para determinar a posição de uma página específica em nenhuma hipótese. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google", garantiu a plataforma.
A empresa afirmou ainda, no comunicado, que considera legítima as explicações sobre os riscos da aprovação da proposta.
"Às vésperas da votação do PL 2630, que não foi discutido tão amplamente e sofreu alterações significativas nas últimas semanas, é importante que os brasileiros estejam informados sobre os possíveis impactos para tomarem uma decisão sobre como participar dessa discussão", ressaltou o Google no comunicado.
Reação do governo e "marketing"
O Google passou a exibir o texto "O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil" na página principal do buscador. A iniciativa fez com que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acionasse a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) contra a plataforma.
A big tech afirmou que tem "explicado os riscos" do projeto de lei e que está investindo em campanhas de marketing "para dar visibilidade mais ampla" às "preocupações" da empresa. Segundo o Google, o PL das fake news "não foi discutido tão amplamente e sofreu alterações significativas nas últimas semanas".
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