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Pesquisa mostra que 53% dos paulistas não sabem identificar pressão alta

A hipertensão está associada a 45% das mortes por problemas do coração e a 51% por doenças como AVC

Pesquisa mostra que 53% dos paulistas não sabem identificar pressão alta
Estima-se que 30% das mortes anuais, no Brasil, são por causas do coração | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Na véspera do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, celebrado nesta 4ª feira (26.abr), uma pesquisa inédita da Sociedade de Cardiologia de São Paulo (Socesp) revela que 53% dos entrevistados no estado não sabem identificar os "números" da pressão arterial elevada, mesmo aqueles que têm o hábito de fazer a medição com frequência por conta própria.

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O agravante disso, segundo os pesquisadores, é que esse desconhecimento pode levar a pessoa a acreditar que está tudo bem e que não é a hora de procurar ajuda médica, mesmo estando com a pressão em alerta vermelho, sem saber. No Brasil, estima-se que 30% das mortes anuais - cerca de 1,3 milhão - são por causas relacionadas ao coração. A hipertensão está associada a 45% destas mortes cardíacas e a 51% dos óbitos por outras comorbidades, como o acidente vascular cerebral (AVC).

Dados do Ministério da Saúde indicam que hoje existam 32,3% de brasileiros com hipertensão e, na faixa etária após os 60 anos, este percentual sobe para 65%. O tema é tão delicado e preocupante que será discutido durante o 43º Congresso da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, que ocorre em junho. Segundo a presidente do evento, a médica Fernanda Colombo, "uma pessoa é considerada portadora da doença quando a pressão arterial sistólica - também conhecida como máxima - apresenta valores iguais ou maiores que 140 mmHg e a mínima (diastólica) igual ou maior que 90 mmHg, ou seja, 14 por 9. Isso de forma persistente em pelo menos duas ou mais ocasiões diferentes do dia. A questão é que mais da metade da população desconhece este parâmetro", alerta a médica.

A pesquisa da Socesp foi realizada com 2.236 pessoas nas cidades paulista de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Vale do Paraíba e na capital.  Entre os que erraram a leitura do medidor de pressão arterial, 34,1% disseram 16 por 9 e 18,9%, 15 por 9. O levantamento mostra ainda que apenas 36% apontaram a hipertensão como fator de aumento do risco de problemas cardíacos. Porém, segundo o coordenador da pesquisa, o cardiologista Luciano Drager, na verdade a doença anda de mãos dadas com as enfermidades cardiovasculares.

Pouco sal

Para alertar a população sobre os riscos da hipertensão, a Sociedade de Cardiologia de São Paulo realiza, neste mês, uma campanha com postagens em mídias sociais e entrevistas sobre prevenção e controle da pressão alta, incluindo dicas do departamento de nutrição da entidade sobre o consumo adequado de sal e importância da alimentação saudável.

O sal é o principal inimigo da pressão arterial. Por isso, tanto para portadores de hipertensão como para a população sem a doença, a orientação é consumir até 5 gramas por dia, apesar de o brasileiro utilizar mais do que o dobro.

"Ficar dentro desta restrição não é simples porque grande parte dos produtos industrializados contém o ingrediente na composição. Evitar os ultraprocessados, como temperos e molhos prontos, salgadinhos, embutidos e enlatados, já é um excelente primeiro passo", ressalta o cardiologista Luciano Drager.

Nessa campanha, a Socesp orienta como substituir o sal por ervas aromáticas e outras opções naturais para não perder o sabor da comida e ainda mantê-la saudável. A adoção de dietas como a DASH e a Mediterrânea, ambas ricas em frutas, hortaliças e cereais integrais também está entre as propostas dos nutricionistas.

Boa comida e exercícios

A pesquisa da Socesp apontou ainda um outro agravante da pressão alta. Pelo menos 36,6% dos paulistas não praticam nenhuma atividade física e 31,4% se movimentam no máximo duas vezes por semana. A prática de exercícios regulares, segundo orientam os médicos, é imprescindível para manter a pressão nos eixos. Apenas 32% declararam que se exercitam quatro ou mais vezes por semana, rotina considerada ideal para prevenção de doenças cardiovasculares e de seus fatores de risco, como a hipertensão.

De acordo com a Diretriz de Prevenção Cardiovascular, pacientes com hipertensão devem praticar pelo menos 30 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada (caminhada, corrida, ciclismo ou natação) de cinco a sete dias por semana, e outros, de resistência, duas a três vezes semanais.

Os treinos podem ir se intensificando na medida em que o corpo se acostumar. O acompanhamento de um profissional de educação física é sempre recomendável tanto para aumento gradual da proposta de atividade como para supervisão da performance, evitando lesões e detectando sintomas que indiquem problemas cardiovasculares.

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