ONU faz apelo pelo cuidado do planeta no Dia Internacional da Terra
Documento aponta que anos entre 2015 e 2022 foram os mais quentes da história
Mayara Leal
As mudanças climáticas têm provocado consequências cada vez mais imprevisíveis e de difícil controle na natureza, como tempestades fora de época, longas estiagens, períodos intensos de frio ou calor. Na data em que é celebrado do Dia Internacional da Terra, a Organização das Nações Unidas fez um alerta mundial para a necessidade de cuidar melhor do planeta.
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Nos últimos 10 anos, o nível do mar atingiu um patamar recorde: subiu o dobro do registrado na década anterior. Resultado do derretimento veloz das geleiras, cada vez mais finas, afetadas pelo aumento da temperatura. Um calor provocado, principalmente, pela concentração de gases do efeito estufa, que alcançou índices nunca registrados.
O cenário foi revelado em um relatório divulgado pela ONU. Neste sábado (22.abr), o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo pela proteção dos ecossistemas em todo o mundo e pediu para que a humanidade reflita sobre o relacionamento com os recursos naturais, já que a vida depende deles. O documento aponta, ainda, que os anos de 2015 a 2022 foram os mais quentes da história.
O Brasil é o 5º maior emissor de gases do efeito estufa no mundo e quase metade vem do desmatamento. De acordo com o último levantamento do Imazon, aqui na Amazônia, a devastação triplicou no último mês e fez o primeiro trimestre deste ano se tornar o segundo pior desde 2008.
Especialistas reforçam que é preciso lembrar que a crise climática não é um problema das futuras gerações e, sim, da atual, que envolve empresas, instituições e a sociedade civil.
"O Brasil afeta e é afetado pelas mudanças do clima. Nós temos desafios grandes internamente ao país, temos que reduzir nossas emissões e pra isso temos que enfrentar o desmatamento na amazônia e em outros biomas, temos que implantar agricultura de baixo carbono como regra, temos que nos planejar pro aumento do nível do mar, pros efeitos das crises climáticas", afirma Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima.
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