Empresário diz a CPI que se arrependeu de ter ido a manifestação golpista
Joveci Xavier de Andrade negou ter invadido prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro
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Em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o empresário Joveci Xavier de Andrade admitiu que foi à manifestação golpista na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro e demonstrou arrependimento por tê-lo feito.
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"Confesso que eu não deveria ter ido", disse. Segundo ele, chegou à manifestação depois de 16h e não invadiu nenhum prédio. "Quando cheguei lá, vi que a coisa estava feia e tudo já estava destruído. Não entrei em prédios públicos. Só me aproximei do Palácio do Planalto. É de uma estupidez sem tamanho aqueles atos que quebraram, puseram fogo, roubaram as peças. Não tenho dúvida nenhuma que as pessoas que fizeram isso merecem estar presas", complementou.
Ainda de acordo com ele, foi à manifestação "na boa-fé". Uma selfie do empresário exibida na CPI durante o depoimento mostra o homem a caminho da Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, usando camisa da Seleção Brasileira e sorrindo próximo a duas pessoas carregando uma faixa com a escrita "Não elegemos um ladrão. Fora Lula!".
Joveci Xavier de Andrade é sócio de quatro empresas: Melhor Atacadista, Garra Distribuição, Canal Distribuição e Marcas Premium. Falou à CPI que não ajudou a financiar os atos antidemocráticos em Brasília no dia 8 de janeiro.
Na Justiça, ele obteve o direito de permanecer em silêncio e não ser submetido ao juramento de dizer a verdade, na CPI. O habeas corpus obtido garantiu ainda que pudesse estar acompanhado de seus advogados na comissão. Entretanto, ele não não se absteve de responder os questionamentos feitos pelos deputados.
No depoimento ainda, disse que esteve no acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. "Estive no acampamento no máximo três vezes. Era um ambiente que eu senti que tinha o controle do quartel. Eu como empresário me senti seguro lá. Era como se fosse a segurança do quartel", pontuou.
Joveci falou acreditar na democracia e nas urnas eletrônicas, e defender o direito de manifestação. "Acredito nas urnas eletrônicas, sou um democrata e até já votei no presidente Lula em outras eleições. Todo cidadão tem o direito de se manifestar e pedir a saída de um governante. Qualquer cidadão, inclusive eu, tem o direito de sair aqui com uma faixa dizendo ?Fora Lula?, é um direito meu. Mas é impossível não reconhecer o governo, não reconhecer o presidente", disse.
"Hoje nosso presidente é Lula e tenho que torcer para ele fazer um bom governo porque se o Brasil quebra, eu quebro, tenho quatro empresas e dependo disso".