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Ditadura Militar no Brasil: 59 anos depois, um olhar sobre o passado

Veja os contextos políticos, sociais e econômicos de um período que marcou a história do país

Ditadura Militar no Brasil: 59 anos depois, um olhar sobre o passado
Ditadura Militar no Brasil
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No dia 31 de março de 2023, completam-se 59 anos do golpe militar que instaurou uma ditadura no Brasil, que durou até 1985. Esse período da história do país deixou marcas profundas na política, sociedade e economia brasileiras.

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Embora haja divergência sobre a data do golpe (alguns apontam como sendo 1 de abril), para o professor de história da Universidade Federal Fluminense (UFF), Daniel Aarão Reis, o início do golpe foi de fato no dia 31 de março.

"Na madrugada do dia 31, o general Mourão Filho dá início ao movimento armado pela deposição do João Goulart, e as esquerdas, ironicamente derrotadas, passaram a caracterizar o golpe como tendo sido vitorioso no dia 1º de abril. Como a gente sabe, o 1º de abril é o dia da mentira", argumenta ele, em entrevista para a Agência Brasil.

A política durante a ditadura militar

Durante a ditadura militar, o Brasil foi governado por uma junta militar que assumiu o poder após um golpe de Estado. O governo militar foi caracterizado pela supressão dos direitos humanos e da democracia, com a perseguição política, tortura e morte de opositores. 

A censura na imprensa e na cultura também foi uma marca desse período. Por outro lado, surgiram movimentos de resistência e oposição, como sindicatos e grupos de estudantes.

Durante o período da ditadura militar no Brasil, o país foi governado por cinco presidentes:

  • Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967): foi o primeiro presidente da ditadura e ficou conhecido por instituir o AI-2, que ampliou os poderes do governo e extinguiu os partidos políticos existentes na época.
  • Artur da Costa e Silva (1967-1969): durante seu governo foi promulgado o AI-5, que permitiu a cassação de mandatos, a suspensão de direitos políticos e a censura à imprensa, além de autorizar a prisão e a tortura de opositores do regime.
  • Emílio Garrastazu Médici (1969-1974): durante seu governo, a repressão foi intensificada e a violência policial aumentou significativamente. Ele também é conhecido por ter presidido o período de maior crescimento econômico do regime, o chamado "milagre econômico".
  • Ernesto Geisel (1974-1979): foi o responsável por iniciar o processo de abertura política, que culminaria na redemocratização do país na década seguinte. Durante seu governo, foram criados partidos políticos e houve a retomada das eleições diretas para governadores.
  • João Baptista Figueiredo (1979-1985): foi o último presidente da ditadura militar e ficou marcado pelo processo de transição para a democracia. Durante seu governo, houve uma ampliação das liberdades individuais e políticas, além de uma maior abertura para a imprensa e para as manifestações populares.

As principais características do governo militar foram:

  • Concentração de poder nas mãos do Executivo;
  • Censura à imprensa e aos meios de comunicação;
  • Prisão, tortura e morte de opositores do regime;
  • Perseguição a movimentos sociais e estudantis;
  • Restrição às liberdades individuais e políticas;
  • Desenvolvimento econômico baseado em uma política de endividamento externo e concentração de renda;
  • Violência policial e aumento da criminalidade;
  • Controle e intervenção no meio ambiente e na cultura.

A economia durante a ditadura militar

Durante a ditadura militar, foram adotadas políticas econômicas que buscavam modernizar o país e impulsionar o crescimento. Essas políticas levaram ao chamado "milagre econômico", que se caracterizou pelo crescimento acelerado da economia.

 No entanto, esse crescimento foi acompanhado por um aumento da dívida externa e da dependência em relação aos países desenvolvidos. Além disso, a industrialização acelerada teve consequências ambientais negativas a longo prazo.

Sociedade estava dividida

Segundo a Agência Brasil, as pesquisas de opinião feitas à época pelo Ibope nas grandes cidades mostravam uma sociedade dividida. Se antes do golpe 42% consideravam bom e ótimo o governo de João Goulart e 30% regular, após a ação dos militares, pesquisa do Ibope em maio de 1964 revelou que 54% dos entrevistados aprovaram a deposição de Jango.

"Muitas pessoas acreditaram que o Brasil estava em vias de se tornar um país comunista, o que estava muito longe de ser verdade. O presidente João Goulart não era um socialista, nem muito menos um comunista. Ele era um político trabalhista a favor de algumas reformas sociais, de salários melhores para os trabalhadores. Mas não era socialista, até porque ele era uma pessoa muito rica, um dos maiores fazendeiros do Brasil. Mas ainda assim, então, houve toda essa agitação em torno da ideia de que o Brasil corria um risco sério de se tornar uma nova Cuba na América Latina", conclui Daniel Reis. 

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