RJ: instalação de tirolesa no Pão de Açúcar causa polêmica
Ambientalistas temem prejuízos à fauna e à flora da região
SBT News
Se chegar no Pão de Açúcar, de bondinho, já é uma aventura, imagine fazer esse trajeto preso apenas por um cabo de aço. A ideia já saiu do papel e as obras devem terminar até o meio do ano. A tirolesa de 4 linhas vai ligar o Pão de Açúcar ao Morro da Urca, um percurso de 755 metros a quase 400 metros de altura. A velocidade do percurso pode chegar a 100 quilômetros por hora.
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"Óbvio que pode trazer muito problema, caso não tenham uma logística preparada", alerta um turista. "Eu, como sou turista, como gosto de aventura, acho que é bom", diz outro.
O projeto exigiu muita atenção, porque o local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, desde 1938.
"Todas as licenças necessárias para a execução desse projeto foram obtidas em mais de dois anos e meio. Um projeto muito longo, muito árduo, porém, muito bonito", afirma o executivo-chefe do Parque Bondinho do Pão de Açúcar, Sandro Fernandes.
Apesar de não haver qualquer restrição por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Iphan, o projeto enfrenta resistência. Já existe o movimento "Pão de Açúcar Sem Tirolesa", que alega que as obras vão descaracterizar o conjunto de morros reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial, desde 2012. Teve até protesto.
"A gente pensa nesse impacto de 400 pessoas, por hora, em um cume que é limitado, que tem uma fauna, que tem uma flora, que precisa ser preservada. É praticamente uma mutilação ambiental", argumenta uma das manifestantes, a montanhista Carla de Oliveira Romão.
A Prefeitura alega que fez uma vistoria específica sobre o trabalho de perfuração da rocha. Já o Iphan informa ter orientado a empresa a diminuir o impacto visual com a nova estrutura, algo que não prejudique a imagem de cartão postal tão conhecida mundo afora.
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