Quase metade dos alunos da rede estadual de SP já sofreu violência
Entre os professores, 19% afirmam que já foram agredidos nas escolas em que trabalham
Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em parceria com o Instituto Locomotiva, revela que 48% dos alunos da rede estadual de ensino já sofreram algum tipo de violência na escola. A projeção do levantamento é de que essa porcentagem corresponda a cerca de 1,1 milhão de estudantes dos anos finais do ensino fundamental e de todo o ensino médio.
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Entre os alunos agredidos, as principais causas de violência nas escolas são:
- 33% afirmam terem sofrido bullying;
- 24% foram agredidos verbalmente;
- 14% dizem que foram discriminados;
- 12% sofreram agressão física
Ainda de acordo com a pesquisa, 19% dos professores ativos na rede estadual -- número correspondente a cerca de 40 mil docentes -- também afirmam que sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho em 2022. A agressão verbal equivale a 12% desse total.
É quase unanimidade entre alunos (95%), professores (91%) e familiares (95%) que questões de saúde mental, como esgotamento e ansiedade, se tornaram mais frequentes e foram agravadas após a pandemia de covid-19. 89% dos estudantes e familiares e 74% dos docentes acredita que seria muito importante que as escolas propiciassem projetos de acompanhamento da saúde mental da comunidade escolar.
Para a presidente da Apeoesp, professora Bebel, "faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar".
Ainda segundo Bebel, que é deputada estadual pelo PT, o programa de mediação escolar, criado pela Secretaria de Educação em 2009, foi abandonado. Nele, os professores trabalhavam como mediadores para solucionar conflitos e harmonizar o ambiente escolar. A consequência, de acordo com ela, "se faz sentir no crescimento do número de casos" de violência.
A pesquisa foi feita com 1250 alunos, acima de 14 anos, da rede pública estadual de São Paulo, com 1100 professores ativos nas escolas estaduais e 1250 familiares de estudantes, de 30 de janeiro a 21 de fevereiro de 2023, pouco mais de um mês antes do ataque realizado por um aluno de 13 anos na escola Thomazia Montoro, na última 2ª feira (27.mar), que vitimou a professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pessoas -- três docentes e um estudante.
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