Caso Bernardo: pai do menino vai a novo julgamento
Leandro Boldrini é acusado de matar o filho, de 11 anos. O médico chegou a ser condenado em 2019, mas a decisão foi anulada

Mônica Catta Prêta
Começa nessa-segunda-feira, dia 20/03, o novo julgamento do médico Leandro Boldrini, acusado de matar o filho, Bernardo, de 11 anos, na cidade de Três Passos, no interior do Rio Grande do Sul. O garoto desapareceu no dia 4 de abril de 2014. Na época, o pai chegou a ligar para uma rádio local para falar do sumiço, dizendo que o filho havia saído para encontrar um amiguinho, mas não chegou ao destino. Dez dias depois, o corpo foi encontrado enterrado em uma mata, na cidade vizinha Frederico Westphalen.
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Conforme a denúncia do Ministério Público, o garoto foi dopado com um sedativo, receitado pelo pai. O médico Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão da amiga, Evandro Wirganovicz, viraram réus por homicídio e ocultação de cadáver.

Segundo o delegado do caso, Marion Volino, o pai foi o mentor do crime, enquanto Graciela e a Edelvânia idealizaram a execução. Já Evandro auxiliou materialmente, cavando a cova para ocultar o corpo da criança.
Segundo a promotoria, a motivação para o assassinato foi a herança deixada pela mãe de Bernardo, que morreu em 2010. Além disso, pai e madrasta consideravam o menino um estorvo para o relacionamento da nova família. Os maus-tratos sofridos pelo garoto chocaram a comunidade de Três Passos.
Quase cinco anos após a morte, os quatro réus foram condenados em um júri popular que durou mais de 50 horas. As sentenças variaram de 9 a 34 anos de prisão, mas em dezembro de 2021, o julgamento de Leandro Boldrini foi anulado. A justificativa foi que o Ministério Público não respeitou o direito do réu de permanecer em silêncio durante o interrogatório.

Agora, o MP pedirá pena máxima para o pai do menino. "Eu espero sinceramente que a sociedade de Três Passos reconheça o envolvimento do réu, que pra mim é cabal, e que ele seja novamente condenado", defente a promotora Lúcia Helena Callegari.