"Sem indenização, empresas vão seguir lucrando com escravidão", diz especialista
Advogada da ONG Conectas defende que empregadores paguem maiores valores de indenização
Milena Teixeira
Na última semana, trabalhadores e integrantes da ONG Conectas, entidade de direitos humanos, pediram que outros países se mobilizem para impedir a prática do trabalho escravo no Brasil. Em carta à Organização das Nações Unidas, o grupo fez uma série de denúncias sobre os casos que têm sido divulgados no Brasil, inclusive o de Bento Gonçalves.
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"Apenas nesse início de 2023, já são centenas de trabalhadores resgatados em situação de escravidão moderna no Brasil. Em comum, o fato da imensa maioria destes trabalhadores serem negros e trabalharem em cadeias globais de valor, o que, por si só, já demonstra que este, que foi o último país das Américas a abolir a escravidão", diz parte do documento.
O SBT News conversou com a advogada Fernanda Drummond, da ONG Conectas. Na conversa, ela falou sobre a carta e defendeu que as empresas paguem maiores indenizações para as vítimas de escravidão.
"Infelizmente a gente tem esse quadro no Brasil, então elas [empresas] seguem lucrando enquanto não houver uma indenização de fato, enquanto não houver uma grande uma reparação justa para esses trabalhadores, não haverá uma mudança de comportamento empresarial", afirmou.
Veja abaixo a íntegra da entrevista da advogada: