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Crescimento urbano em São Sebastião foi de 340% em 40 anos

Tragédia no litoral norte paulista está diretamente ligada à ocupação irregular de áreas de risco

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A tragédia em São Sebastião está diretamente ligada à ocupação irregular de áreas de risco, tanto por parte da população mais vulnerável como das classes média e alta. O crescimento urbano na maior cidade do litoral norte paulista mais do que triplicou nos últimos 40 anos.

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No meio de tanta chuva, dormir virou um ato de coragem nesta semana em São Sebastião. "Não fui nem pra cama, fiquei no sofá, qualquer coisa bate uma chuva forte e a gente não vê, fica tudo inundado", diz a aposentada Maria Eugênia.

A insônia da dona Maria começou no sábado à noite, com os temporais. As 36 praias do município nunca tinham visto nada igual. Elas se espalham ao longo da Rodovia Rio-Santos, que separa duas realidades. Do lado da serra, vive a população mais vulnerável. Próximo ao mar, estão os mais abastados. Nas duas partes existem construções em áreas de risco de enchentes e deslizamento de terra.

Há seis anos, a prefeitura mapeou 102 núcleos urbanos irregulares. São comunidades, vilas e mansões isoladas. Para se ter ideia do crescimento desordenado, a área urbanizada aumentou 340% desde 1985, segundo dados da plataforma Mapbiomas.

Esse mapa, que consta num relatório do Ministério Público, mostra o avanço da ocupação na Vila do Sahy entre 2004 e 2017.

A correnteza da água não para de descer o morro, um cenário de destruição da chuva forte de domingo.

O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, disse, em entrevista ao portal UOL, que 500 moradores de classe média e alta se mobilizaram há dois anos para barrar a construção de 400 moradias populares em um bairro nobre da cidade. Essas obras, segundo a administração municipal, não resolveriam completamente a questão da vulnerabilidade, mas tirariam milhares de moradores de áreas de risco. Felipe Augusto afirmou que desistiu do projeto por causa da pressão popular.

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