Helicópteros levam mais de 20 toneladas em doações ao Litoral Paulista
Pilotos e empresários se uniram para ajudar vítimas do temporal que atingiu a região no último domingo
Fernanda Trigueiro
Aeronaves abastecidas de donativos têm decolado, diariamente, de helicentros da capital paulista em direção ao Litoral Norte do estado, região que foi devastada por fortes chuvas no último domingo (19.fev). A Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero já levou mais de 20 toneladas de doações; uma média de 30 viagens por dia.
"As nossas ações são totalmente voluntárias, totalmente gratuitas, não têm qualquer sentido de retorno financeiro nisso", acrescenta o presidente da associação, Thales Pereira.
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A viagem até Camburi, uma das mais atingidas pelo temporal, dura cerca de 35 minutos. Assim, dá para entender porque a ajuda só chega do alto. Trechos da Rodovia Rio-Santos ainda permanecem totalmente bloqueados.
De cima, se vê também a dimensão da tragédia. O mar, que atraía tantos turistas pelas águas limpas, agora, está cheio de lama.
O campo de futebol da região virou pista de pouso. Aeronaves carregadas chegam a todo momento. "No primeiro dia, logo no dia seguinte, quem chegou primeiro aqui foi essa ajuda dos helicópteros, porque ninguém chegava", afirma o piloto de helicóptero, Comandante Hamilton Rocha.
As doações são colocadas em um centro de apoio improvisado. Alimentos, água, produtos de higiene e limpeza. "Os helicópteros, eles vêm para retirar as pessoas, e aí eles trazem os mantimentos para base, para nós começarmos a distribuir para as instituições. Aqui, a gente monta a cesta básica, e as pessoas vêm retirar aqui", explica o assessor de Serviço Público da Prefeitura de São Sebastião, William Felipe Maltez.
Emerson, hoje, depende da ajuda dos voluntários. Ele está entre os 3.450 desabrigados e desalojados por conta das chuvas na região. Desempregado, ele perdeu tudo. Só deu tempo de resgatar o filho.
"A água subiu mais de 2 metros de altura. Ela tem uma comporta, mas, quando eu vi que chegou na comporta, eu resolvi sair de casa. A água já estava no meu pescoço", conta Emerson Pereira.
Na fila para retirar itens básicos, Enaíle agora agradece por não estar sozinha. "A gente vê que ainda tem muita gente caridosa, que se preocupa com a dor do outro. Então assim, a esperança é o que nos mantém de pé", conclui a moradora.
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