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Brasil

Ibama destrói aeronaves de garimpeiros em terra indígena em Roraima

Autoridades atuam para expulsar 20 mil invasores; PF diz ter identificado financiadores da extração legal de minério

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avião de garimpeiro em chamas
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Fiscais do Ibama atuam nas terras Yanomami para interromper o garimpo e acabar com o envio de suprimentos e o escoamento do minério extraído ilegalmente. A ação das forças do governo na região começou a provocar a saída dos garimpeiros. A estimativa é que pelo menos 20 mil deles estejam nas terras yanomami.

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Neste sábado (11.fev), o Ibama destruiu mais uma aeronave dos garimpeiros, em uma área invadida que fica a menos de 15 mil quilômetros de uma comunidade indígena isolada, nas Terras Indígenas Yanomami, em Roraima. O helicóptero destruído era usado para o transporte suprimentos.

A Polícia Federal (PF) diz já ter identificado os financiadores do garimpo na região, mas não revelou nomes. Segundo o delegado da PF Humberto Freire, eles começaram a ser investigados antes mesmo da crise nas terras indígenas.

"Esses atravessadores que muitas vezes não chegam nem perto do minério em si, mas êm uma atuação fundamental para essa cadeia criminosa da mineração ilegal."

Comissão

Em Brasília, a Comissão Externa do Senado, que acompanha a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, não teve acesso aos nomes dos acusados de financiar o garimpo ilegal. Alguns senadores defendem que os trabalhadores dos garimpos não sejam criminalizados.

"Eles (garimpeiros) não poderiam ser criminalizados porque ele foram para uma área ilegal", afirmou o senador Chico Rodrigues (PSB-RR). 

"O governo tem que encontrar o meio termo de punir sim, aqueles que eram os investidores, aqueles que levavam os garimpeiros para lá, aqueles que auferem os lucros  exorbitantes por conta da extração do ouro." 

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) discorda e pede a punição também dos garimpeiros, pelos crimes humanitários cometidos na região.

O garimpo ilegal é apontado como principal responsável pela crise dos povos yanomami. O uso de mercúrio na extração de ouro contaminou os rios, o que provocou doenças e fome nas comunidades locais.

O secretário-adjunto do Cimi, Luís Ventura, afirmou que "a adoção das primeiras medidas de estrangulamento do apoio logístico" gerou uma tensão.

"Os deslocamentos espontâneos de garimpeiros dentro do território podem sinalizar diversas coisas diferentes e podem estar acirrando eventuais conflitos. Eu acho que  é muito importante garantir a segurança para as comunidades indígenas, porque já se demonstrou, nos últimos anos, a capacidade de violência e de destruição que o garimpo teve dentro do território indígena yanomami."
 

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