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Brasil possui 546 mil médicos ativos, diz Conselho Federal de Medicina

Maioria deles está concentrada no Sul e Sudeste, nas capitais e nos grandes municípios

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Médicos de costas (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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O Brasil possui cerca de 546 mil médicos ativos, segundo a plataforma Demografia Médica, lançada nesta 2ª feira (6.fev) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A autarquia explica que o número é suficiente para atender às necessidades da população do país, mas "ainda há um cenário de desigualdade na distribuição, fixação e acesso aos profissionais".

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Isso porque a maioria deles está concentrada no Sul e Sudeste do Brasil, nas capitais e nos grandes municípios. "Nas 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, que juntas concentram 32% da população brasileira, estão 62% dos médicos do país", fala o CFM.

Os 4.890 municípios com até 50 mil habitantes, onde residem 65,8 milhões de indivíduos, têm 8% dos profissionais, ou seja, cerca de 42 mil. As 27 capitais, que respondem por 24% da população do Brasil, reúnem 54% dos médicos. Já no interior, onde mora 75% das pessoas, estão 46%.

As capitais possuem, em média, 6,21 médicos por mil habitantes, e o interior, 1,72. "As diferenças também ocorrem entre as regiões brasileiras. Enquanto no Norte moram 8,8% da população brasileira, nela trabalham 4,6% dos médicos do país. O Nordeste abriga 27% dos brasileiros e 18,5% dos médicos. Por sua vez, o Sudeste responde por 42% da população e por 53% dos profissionais. O Sul e o Centro-Oeste abrigam, respectivamente, 14,3% e 7,8% da população e têm 15,7% e 8,4% dos médicos", pontua o CFM.

Segundo José Hiran Gallo, presidente da autarquia, a maioria deles "tem optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às melhores condições de trabalho". "Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres, do interior, se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas", complementa.

O Brasil precisa de políticas de atração e de fixação de médicos, de acordo com Gallo. Se isso não ocorrer substantivamente, ressalta, muitas pessoas continuarão tendo dificuldade de acesso aos profissionais e a qualidade de assistência na rede pública não chegará ao patamar desejado.

Crescimento

De 2000 ao final de 2022, a quantidade de médicos ativos "mais que dobrou", segundo o CFM, indo de cerca de 200 mil aos 546 mil. A autarquia acrescenta que se o ritmo de crescimento da população e de escolas médicas registrado na última década se mantiver, "dentro de cinco anos, em 2028, o país contará com 3,63 médicos por mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)". Atualmente, são 2,56 por mil habitantes. Estados Unidos tem 2,6, Canadá, 2,7, Japão, 2,5, Chile, 2,2, China, 2, e África do Sul, 0,8 - o mesmo da Índia.

Conforme José Hiran Gallo, o Brasil "nunca teve tantos médicos em atividade" como agora. "Isso ocorreu por uma combinação de fatores: mantém-se forte a taxa de crescimento do número de profissionais, há consistente aumento de novos registros, mais entradas do que saídas de profissionais do mercado de trabalho e um perfil jovem (com baixa média de idade) e maior longevidade profissional", fala.

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